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Univaja solicita instalação de GLO e investigação sobre supostos mandantes do crime

Assessor jurídico critica versão de que assassinatos de Bruno e Dom seriam 'vingança sem mandante'

Por Da Redação
Ás

Univaja solicita instalação de GLO e investigação sobre supostos mandantes do crime

Foto: Reprodução

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) iniciou nesta segunda-feira (20) uma agenda em Brasília, com parlamentares e o Conselho Nacional de Justiça, em busca de medidas de segurança para a região do Vale do Javari, além de reforçar os pedidos de investigação sobre possíveis mandantes dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

Em proposta, a Univaja vai levar aos deputados federais é a possibilidade de instauração de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região do Alto Solimões, conforme sugerido pelo procurador-geral Augusto Aras em reunião neste domingo.

De acordo com associação indígena, as últimas declarações dos delegados indicam que a investigação caminha para a conclusão de um crime simples, ou seja, de uma vingança pessoal de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado. Essa versão não agrada à Univaja, que vem denunciando a presença de uma estrutura criminosa robusta no Vale do Javari e, portanto, acredita que os assassinatos fazem parte desse contexto mais complexo.

O assessor jurídico da Univaja, Eliésio Mrubo, afirmou que as autoridades que investigam o caso afirmaram ao Procurador-Geral, Augusto Aras, em reunião nesse final de semana, que acreditam que a causa do crime foi uma vingança pessoal contra Bruno Pereira. Na sexta-feira, a Polícia Federal já havia afirmado que os suspeitos de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips agiram "sem mandante nem organização criminosa por trás do delito".

Uma das formas de garantir aprofundamento das investigações é o fortalecimento das instituições que já atuam no Vale do Javari, como Ministério Público, Polícia Federal e Funai. No entanto, as equipes no campo estão trabalhando, atualmente, em condições precárias, com pouca estrutura e pessoal, afirma Marubo.

"Na região, temos pouca atuação policial. A PF não dispõe de todos recursos necessários, e nem a Polícia Civil. Essa estrutura não tem como atender a tudo que a investigação demanda", acrescenta o assessor jurídico.

Proposta de Garantia da Lei e da Ordem no Vale do Javari

a Univaja busca uma agenda com a Comissão Externa criada pela Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações, já nesta segunda. Segundo Beto Marubo, outra liderança da Univaja, as tratativas estão sendo feitas com o deputado federal José Ricardo (PT) para que o encontro aconteça às 18h. Amanhã, às 10h, haverá reunião com o CNJ, e os indígenas ainda buscam uma reunião com o Senado, que também instaurou uma Comissão Externa para acompanhamento do caso.

Além disso,  a Univaja quer que parlamentares ajudem na formulação de medidas de segurança para a população do Vale do Javari. "Queremos atuação do estado em decorrência do aumento da violência. Os nossos parentes estão assustados. O que o estado brasileiro vai fazer agora?", disse Beto Marubo, que está elaborando um documento com as principais demandas desse tema.

Neste domingo, numa reunião com a Univaja, Augusto Aras sugeriu a instalação, por parte do governo do Amazonas, de uma GLO na região do Alto Solimões, onde fica o Vale do Javari, como forma de garantia da segurança. A associação é a favor da ideia e levará a proposta aos parlamentares.

"A região está desprotegida. A GLO pode impor, provisoriamente, a garantia de segurança na regiã oaté termos uma medida mais efetiva", explicou Eliésio Marubo.

Caso

Bruno e Dom desapareceram no último dia 5 de junho. Três suspeitos já estão presos pelo crime: Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado – que confessou o crime –, Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, e Jeferson da Silva Lima, o Peladinho ou Pelado da Dinha – que assumiu ter participado, mas negou que tenha feito disparos. Outros cinco já foram identificados pela polícia e são investigados. Os agentes tentam ainda chegar a outros nomes que teriam ajudado os assassinos a esconderem os corpos.

Após dias de buscas, a polícia conseguiu chegar até os corpos depois que o assassino confesso, conduzido, levou os agentes até o local onde eles foram enterrados, mais de 3 quilômetros adentro das margens do Rio Itaquaí. O barco usado por Bruno e Dom, afundado pelos executores após o crime, foi encontrado na noite deste domingo (19) e também passará por perícia.

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