Vereadores de Lauro de Freitas trocam acusações após confusão durante reunião da Comissão de Educação
Luciana Tavares e Gabriel Bandarra registraram boletins de ocorrência após discussão em plenário

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Uma reunião da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, terminou em confusão nesta terça-feira (10). Os vereadores Luciana Tavares (PCdoB) e Gabriel Bandarra, conhecido como Tenóbio (PL), trocaram acusações publicamente e afirmaram ter levado o caso à Polícia Civil.
Vídeos compartilhados por ambos mostram o momento em que a reunião é interrompida por um desentendimento entre os dois. Luciana acusa o colega de violência política de gênero, enquanto Tenóbio afirma ter sido agredido fisicamente.
No trecho divulgado por Luciana, o vereador aparece se aproximando com um celular, filmando a situação. Em contrapartida, Tenóbio publicou imagens que mostram a vereadora tentando tomar a câmera de seu assessor e o celular que ele usava.
"Eu, Luciana Tavares, eleita pelo povo de Lauro de Freitas, denuncio publicamente uma grave violência política de gênero a que fui submetida na manhã desta terça-feira, dia 10 de junho de 2025, às 11:09, durante uma reunião da Comissão de Educação na Câmara Municipal. Fui assediada e pressionada pelo vereador Gabriel Bandarra (Tenóbio) enquanto exercia meu direito de questionar um Projeto de Lei que seria prejudicial à educação na minha cidade. Ele agressivamente colocou um celular no meu rosto, apontou o dedo para o meu rosto e tentou provocar um conflito quando insisti que seu assistente parasse a gravação não autorizada naquele momento.
Infelizmente, isso vem se tornando um tema recorrente. Não é a primeira vez que o vereador demonstra comportamento agressivo em relação a mim e a outros membros da Casa. É ultrajante que sejamos interrompidas, constrangidas e ameaçadas no decorrer de nosso trabalho.
A violência política de gênero é real, é uma conversa que deve ser levada a sério. Nenhuma intimidação ou censura me forçará a abandonar a luta. Minha posição é do povo, é de todas e todos nós, é coletiva. Continuarei assumindo o meu papel com coragem, respeito e responsabilidade. Estou tomando providências para que o fato seja examinado com a verdade, registrei o boletim de ocorrência na NEAM (Núcleo Especial de Atendimento à Mulher). Denuncio qualquer forma de violência e assédio"., diz a vereadora.
Já o vereador declara "Venho a público relatar e repudiar a mais uma agressão covarde que sofri durante o exercício do meu mandato parlamentar, na manhã de hoje, durante a reunião da Comissão de Educação da Câmara Municipal. Na ocasião, discutia-se um projeto de lei encaminhado pelo Executivo Municipal, cujo objetivo é garantir o bom funcionamento das escolas públicas, desarticulando a dominação ideológica imposta por grupos ligados à esquerda, que transformaram o ambiente educacional em palanque político, marcado por greves constantes e doutrinação.
Infelizmente, a vereadora do PCdoB, que faz parte da comissão, tem se comportado de forma autoritária, impedindo o contraditório e tentando silenciar parlamentares que pensam diferente. Quando questionei esse abuso e defendi o direito à fala, fui fisicamente agredido, assim como o meu assessor, diante de todos os presentes.
O caso já foi registrado com um Boletim de Ocorrência, e realizarei o exame de corpo de delito conforme prevê a lei.
Lamento profundamente que, em vez do debate democrático, alguns escolham a violência como resposta. Ao mesmo tempo, denuncio as narrativas mentirosas que já estão sendo divulgadas para tentar inverter os fatos e encobrir o que realmente aconteceu e vamos expor as imagens na íntegra, sem cortes, para que todos vejam a verdade! Não me intimidarei. Não nos calaremos. Nosso mandato continuará firme na defesa da verdade, da ordem e da boa educação para nossas crianças e jovens.
Seguiremos lutando por uma educação livre de ideologias e pela liberdade de expressão dentro e fora do Parlamento".
O histórico de desentendimentos envolvendo Tenóbio inclui outro episódio, ocorrido em fevereiro de 2024, quando ele foi agredido com um tapa pelo vereador Loxa Lopes (PP), após trocas de insultos durante sessão plenária. Na ocasião, o embate também envolveu a presidente da Câmara, Naíde Brito (PT), segundo relatos.