Vídeo: Glauber Braga contesta CCJ e denuncia tentativa de silenciamento político
“Se quiser me calar, vai ter que me matar”, disse psolista durante discurso

Foto: Farol da Bahia
BRASÍLIA - Após o relator Alex Manente (Cidadania-SP) apresentar parecer negando o recurso na CCJ nesta quinta-feira (24), o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) afirmou que continuará apresentando sua defesa.
Com o pedido de vista aceito pelo presidente da Comissão, Paulo Azi (União-BA), o recurso que busca impedir a cassação do psolista será votado na próxima terça-feira (29).
Todos os pontos abordados pela defesa do deputado foram rejeitados pelo relator. “Eu lamento que o conjunto de inconstitucionalidades e ilegalidades durante todo esse processo que foram apresentados, não tenha sido levado em conta no relatório apresentado. Mas, vida que segue, é da vida”.
Braga insiste que há perseguição política e que parte dos parlamentares espera uma mudança em seu comportamento que não vai ocorrer. “Para me adequar ou para me formatar aquilo que alguns deputados possam esperar de mim para uma eventual salvação no plenário. Eu evidentemente tenho que tratar as pessoas com respeito, mas eu não tenho que abdicar das posições políticas que muitas vezes são duras, são de denúncias e que tem que ser realizadas pelo mandato. [...]Não vou deixar de dizer aquilo que eu tenho que dizer”, enfatizou.
Durante seu discurso de defesa perante a comissão, o deputado teceu duras críticas ao ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem acusa de perseguição política após sua atuação contra o orçamento secreto.
“Se o presidente Arthur Lira quiser me ver calado, ele vai ter que me matar, porque eu não vou deixar de dizer aquilo que tenho que dizer. Posso fazer isso com tranquilidade, posso fazer isso com serenidade, posso fazer isso sem um discurso apaixonado, mas eu não vou deixar de dizer”, afirmou.
Outro ponto que a defesa do deputado aponta como arbitrário é a atuação do relator do caso na Comissão de Ética, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que, segundo Braga, fez declarações a favor da sua cassação e “indeferiu a oitiva de quatro testemunhas que ajudariam a comprovar exatamente as provas relativas ao modus operandi do MBL e seus membros e à perseguição e atos de Arthur Lira”.
Pedido de cassação
Caso o parecer seja aprovado o processo vai para o plenário. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB) informou que não colocará o caso para ser votado antes do prazo de 60 dias, o que dá a Braga mais tempo para angariar apoio dos parlamentares.
Porém, se a CCJ aprove o pedido do psolista, o caso deve retornar para o Conselho de Ética.
O processo contra Braga foi iniciado em 2024, após agressão ao Youtuber Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), na Câmara.
Veja declaração de Glauber: