Vídeo: hacker afirma que só TSE pode mexer em urnas eletrônicas
CPMI 8 de janeiro: hacker diz que sistema eleitoral é passível de manipulação
Foto: Agência Brasil
O hacker Walter Delgatti disse na quinta-feira (17), durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que as urnas eletrônicas são, sim, passíveis de manipulação. De acordo com ele, o código-fonte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é um dos ingredientes do compilado que representa o sistema eleitoral e quem tem acesso aos ingredientes consegue modificá-lo.
“O código-fonte é o mesmo em todas as urnas. [...] Em uma analogia simples, o código-fonte seria como a farinha ou o ovo de um bolo e o compilado seria o bolo pronto. Quem tem acesso aos ingredientes, consegue inserir um veneno lá e esse bolo fica venenoso. Seria possível no momento em que é criado, editado e atualizado o código-fonte”, afirma o hacker.
“Caso haja alguém com más intenções, ele faz esse código em todas as urnas. No entanto, o código vai funcionar apenas em urnas específicas. Como, por exemplo, em uma zona maior que tem mais votos. Ele [pessoa mal-intencionada] pega o resultado da [eleição] anterior e faz a margem de erro, mais ou menos naquela região. Então não seria algo grosseiro, não seria apenas 'nessa cidade vai ter cem por cento dos votos', não. Ele faz algo que seja de verdade, não um algoritmo. Inclusive, o algoritmo é a inteligência artificial porque ela tem essa inteligência de manipular o voto caso haja alguém mal-intencionado no TSE”, completou.
Questionado pelo presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), sobre qual “dica” poderia dar para assegurar maior lisura ao processo eleitoral brasileiro, Delgatti respondeu que a solução seria o voto impresso. “Eu vislumbro aqui que a única saída seria a urna imprimir o voto. Seria a única saída, porque nunca se sabe se há pessoas mal-intencionadas”, afirmou.
Veja o vídeo: