Vídeo: "Quase 12% dos trabalhadores continuam na jornada 6x1", afirma Lídice da Mata ao defender PEC

BRASÍLIA - Na tarde desta terça-feira (25), a deputada Erika Hilton (PSOL) protocolou na Câmara dos Deputados uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da escala de trabalho 6x1. Uma das coautoras do projeto, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), defendeu o fim dessa jornada de trabalho e o uso da tecnologia para suprir as demandas.

Ao Farol da Bahia, Lídice afirmou que a PEC apresentada, que defende uma jornada de trabalho de quatro dias com três folgas na semana, terá o mesmo impacto na Bahia que terá em todo o Brasil. A deputada defende que existem categorias "superexploradas" com essa jornada de trabalho e que serão beneficiadas com a proposta.

"Nós temos categorias que estão superexploradas, dentre elas os trabalhadores do comércio, os trabalhadores da construção civil, os trabalhadores de diversas categorias, que significam quase 12% dos trabalhadores do nosso país que continuam com a jornada de trabalho 6x1", declarou.

"Por isso, é impossível que a gente não inicie esse debate aqui na Câmara dos Deputados. Esse debate que muitas vezes já foi colocado, muitas propostas anteriores a isso, mas que eu acho que agora está amadurecido para que a gente possa debater, abraçar a ideia e finalmente fazer um grande acordo na Câmara para viabilizar a sua aprovação", continuou Lídice.

A deputada ressaltou o avanço das tecnologias no Brasil e afirmou que tais ferramentas devem ser utilizadas para a melhoria do bem-estar dos trabalhadores. "Nós não podemos, com o impacto das novas tecnologias sobre o mundo do trabalho, não fazer com que ela cumpra uma das suas funções, que é liberar o trabalhador para que ele possa viver melhor, viver mais, ter mais condição de renovar a sua própria força de trabalho".

Sobre os votos contrários à PEC, que apontam um possível impacto negativo na economia, Lídice declarou que nenhuma lei é aprovada com unanimidade, mas que pode ser debatida para obter consenso.

"Na Constituinte, nós reduzimos a jornada de trabalho no Brasil. Já tem mais de 30 anos. E qual foi o resultado disso? Foi mais produtividade no trabalho, foi mais geração de emprego. Então, essa ideia tem que estar vinculada a que há, de um lado, no patronato, uma grande resistência a discutir propostas novas. Porque uma grande parte do patronato, dos segmentos empresariais do Brasil, já está com essa jornada de trabalho nas suas empresas", disse.

Manifestações pró- Bolsonaro

Ao Farol da Bahia, Lídice também comentou sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de tentativa de golpe de Estado em 2022, e sobre as possíveis manifestações a seu favor, programadas para o dia 16 de março.

"Todo mundo tem direito a ir para a rua e a se manifestar. Nós já saímos do tempo da ditadura militar, que nos proibia de manifestação nas praças, nas ruas, aos estudantes, aos sindicalistas, aos trabalhadores, aos segmentos organizados e desorganizados da população. Então, eles estão saindo para a rua porque nós conquistamos a democracia. Democracia que eles tentaram acabar no Brasil no 8 de janeiro, na posse de Lula", declarou a deputada.

Lídice denominou as manifestações como uma "tentativa de colocar a sociedade brasileira contra a parede", mas afirmou que não serão bem sucedidas. "Eles estão numa batida de querer construir um cenário para colocar a sociedade brasileira na parede. Não vão colocar! As nossas instituições estão fortes para dizer que a democracia é um bem da sociedade brasileira e que nós vamos lutar para que ela seja mantida. Agora, manifestar, pode manifestar, dizer o que quiser no meio da rua. Todo mundo é livre, desde que se atenham às linhas da Constituição brasileira", concluiu a deputada.

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