Vídeo: Rodney William discute racismo religioso velado em proteção aos animais: 'nossa prática cultural está sendo exterminada'
Assunto foi resgatado no Podomblé após declarações da vereadora Marcelle Moraes
Foto: Farol da Bahia
Durante participação no Podomblé, podcast da FB Comunicação, o babalorixá, antropólogo e doutor em ciências sociais, Rodney William, discutiu o racismo religioso velado em proteção aos animais. Segundo Rodney, a prática cultural dos povos de axé está sendo "exterminada" com o objetivo de acabar com as religiões de matriz.
"Então como é que eu posso acabar com o candomblé, já que a liberdade de consciência e de crença é aceitável pela Constituição? Como é que eu vou acabar com o candomblé? Acabo com o povo. Como é que eu acabo com o povo? Acabando com a cultura desse povo, com o modo de vender, com o modo de comercializar, com o modo de criar. Então tudo isso é preciso que a gente veja com muito cuidado", disse.
O assunto foi trazido à tona após as declarações recentes da vereadora Marcelle Moraes (PV) sobre a comercialização de animais na Feira de São Joaquim. Na Câmara Municipal, a vereadora fez um discurso acalorado em tom de crítica à prática - embora não seja nova tampouco desconhecida da população de Salvador, conforme esclarecido pelo Notas do Carvalho.
De acordo com Rodney William, a feira é um patrimônio do povo de axé. "Tanto que já está institucionalizada na cidade uma festa que se chama Olojá, em homenagem a Exu, que é o dono do mercado, e que celebra o mercado como um lugar de culto a Exu. E essa festa já tem uma data fixa no calendário festivo de Salvador. Eu fiz uma pesquisa rápida e eu vi que o sindicato dos feirantes, eles dizem que a metade da movimentação econômica da feira é oriunda do povo de candomblé, do povo de Axé", destacou o babalorixá.
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