Vinte peças de cerâmica indígena e louças do século 19 são achadas no terreno da Havan

Vinte achados arqueológicos foram encontrados no terreno onde uma nova unidade da Havan é construída, no Rio Grande (RS). Entre eles estão cerâmicas pré-coloniais de dois tipos diferentes, uma de origem indígena tupi-guaranis, e pedaços de louças fabricadas no final do século 19. O material está guardado na Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Na última semana, a obra esteve no centro de uma polêmica após o presidente Jair Bolsonaro (PL) admitir que fez trocas na direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ao receber reclamações de Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos.

Em um evento realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro disse que Luciano Hang estava construindo mais uma loja, quando um pedaço de cerâmica foi encontrado durante as escavações e a obra foi interditada pelo Iphan.

"Tomei conhecimento que uma obra... Uma pessoa conhecida, Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja [da Havan] e apareceu um pedaço de azulejo durante as escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta, né? 'Que trem é esse?', porque eu não sou tão inteligente quanto meus ministros. 'O que é Iphan?', com 'ph'. Explicaram para mim, tomei conhecimento e ripei todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá. O Iphan não dá mais dor de cabeça para a gente", disse o presidente da República. 

Na última quinta-feira (16), uma notícia-crime foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contra o Bolsonaro. O Parlamentar pede que o presidente seja investigado por prevaricação e advocacia administrativa.