Vulcões de gelo são encontrados em Plutão e podem indicar capacidade habitacional no planeta

Se na Terra está difícil, agora existe uma possível esperança: vulcões de gelo foram encontrados em Plutão, indicativo de possibilidade de vida. Uma nova análise de imagens capturadas pela missão New Horizons da Nasa, que sobrevoou Plutão em 2015, identificou um campo de vulcões gelados.

Um estudo detalhando a descoberta foi publicado nesta terça-feira, 29, na revista Nature Communication. A região está localizada a sudoeste da camada de gelo Sputnik Planitia, que cobre uma antiga cratera de impacto que se estende por 1.000 km de diâmetro. Em grande parte feito de gelo de água irregular, está cheio de cúpulas vulcânicas. Dois dos maiores são conhecidos como Wright Mons e Piccard Mons.

Wright Mons é considerado semelhante em volume ao vulcão Mauna Loa, no Havaí, que é um dos maiores vulcões da Terra.  Embora Plutão tenha um núcleo rochoso, os cientistas há muito acreditam que o planeta não tinha aquecimento interior, o que é necessário para estimular o vulcanismo. Para criar a região que Singer e sua equipe estudaram, haveria vários locais de erupção.

A equipe de pesquisa também observou que a área não tem crateras de impacto, que podem ser vistas na superfície de Plutão, o que sugere que os vulcões de gelo estavam ativos há relativamente pouco tempo – e que o interior de Plutão tem mais calor residual do que o esperado, disse Kelsi Singer, autora do estudo. Singer ainda relatou que, provavelmente, os vulcões de gelo estiveram ativos há 100 ou 200 milhões de anos atrás.

Quando a New Horizons sobrevoou a região, a equipe não testemunhou nenhuma atividade atual do vulcão de gelo, mas só conseguiram ver a área por cerca de um dia. É possível que os vulcões de gelo ainda estejam ativos. Singer disse que, assim como os vulcões na terra, eles podem ficar adormecidos por um tempo e, depois, ficarem ativos novamente.

Plutão já teve um oceano subterrâneo, e encontrar esses vulcões de gelo pode sugerir que o oceano subterrâneo ainda está presente – e que a água líquida pode estar perto da superfície. Essa informação, aliada à descoberta de que Plutão tem o interior mais quente do que se acreditava, pode ser indicativo de potencial habitacional do planeta.