Wajngarten não descarta possibilidade de hackeamento do registro de vacina de Bolsonaro
Operação investiga possível fraude em cartões de vacinação de Bolsonaro e da filha dele
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten não descartou a hipótese de ter acontecido um possível hackeamento do registro de vacina contra a Covid-19 do ex-chefe de Estado. “O tema de potencial hackeamento do cartão de vacina do presidente é um tema antigo. Desde 2021 que constaria, em tese, um certificado de vacina em um dia em que ele estava em Brasília, e a vacinação teria acontecido em São Paulo”, disse o advogado.
Ele ressaltou que Bolsonaro não se vacinou contra a Covid-19 e que “nunca acessou, nunca soube senha, nunca manuseou o gov.br”. “O [ex-]presidente Bolsonaro jamais acessou qualquer informação no ConectSUS dele”, afirmou, pontuando que ele não tinha conhecimento de possíveis outros acessos.
O advogado pontuou que não houve pedido de apresentação do comprovante de vacina para a entrada de Bolsonaro nos Estados Unidos porque, para o presidente da República, não há obrigatoriedade de nenhum certificado. “Para os países onde exigiam qualquer teste, qualquer vacina, ou o [ex-]presidente fazia o teste antes da viagem ou declinava o convite”, complementou.
Paulo Bessa, outro advogado de Bolsonaro, pontuou que a filha do ex-presidente tem comorbidade que a impediu de receber dose do imunizante. Observou também que é de interesse da defesa de que o depoimento seja feito “o quanto antes”.
Operação da PF
A operação investiga possível fraude em cartões de vacinação, incluindo os de Bolsonaro e da filha dele, Laura. As inserções de dados falsos sobre as vacinas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, segundo a Polícia Federal. A suspeita é que os certificados de vacinação foram adulterados para permitir a entrada nos Estados Unidos, no fim do ano passado.
Bolsonaro a nega adulteração. "Não existe adulteração. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente à emissora CNN Brasil, na porta de sua residência, em Brasília. Para Bolsonaro, a operação da PF é tentativa de "criar um fato".
Segundo o ex-presidente, apenas a esposa, Michelle, foi vacinada contra covid. "Não tomei a vacina após ler a bula da Pfizer. Minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen, e minha filha Laura, de 12 anos, também não tomou vacina", declarou Bolsonaro