3 dicas para saber se sua PME dá lucro de verdade

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3 dicas para saber se sua PME dá lucro de verdade

Esta coluna é dedicada aos empresários e empreendedores de empresas de pequeno e médio porte. Nosso foco é fornecer algumas dicas para sanar alguns problemas que podem melhorar as informações contábeis para que, com isso, vocês tomem decisões mais assertivas. 

Dica #1. Distribuição de Lucro não é Pró-Labore
Tenho visto que, por conta de questões fiscais, e mesmo por falta de uma correta definição conceitual, o pró-labore que aparece na DRE fica limitado a um valor que não corresponde ao conceito. Pró-Labore é a remuneração pelo trabalho e é atribuída a diretores e sócios das empresas, e não deve ser confundida com distribuição de lucros, que é o valor pago ao sócio como retorno do capital investido. Muitas vezes, o pró-labore declarado do sócio é menor que o salário de um analista ou coordenador.  Como resolver isso, por exemplo: em uma clínica médica na qual o sócio também atua como médico, o correto seria remunerá-lo pelo atendimento (com base em mercado)e pela atuação como diretor. Se houver lucro, ele seria distribuído como dividendos, respeitado as retenções para aumento de capital e constituição de reservas.

Dica #2. Se o imóvel que a empresa usa pertence ao sócio e não há cobrança adequada de aluguel, é necessário ajustar o número.
Essa é outra situação comum:  o prédio está no nome da pessoa física, mas ela, por alguma razão, não cobra aluguel, ou quando cobra, o valor não está compatível com o valor de mercado. Sem entrar no mérito da discussão tributária e mesmo contábil (IFRS-16), faz muito sentido economicamente que o valor do aluguel seja contabilizado como um recurso consumido pela operação e impacte o lucro da atividade. Sem esse procedimento, o lucro não representa a realidade econômica. 

Dica #3. Considere o custo de oportunidade do capital próprio como uma despesa econômica – no resultado gerencial
Embora não permitida pelas regras contábeis, economicamente existe um custo de oportunidade do capital próprio, ou seja, se a sua empresa é pouco endividada, e opera com muito capital próprio, considere incluir um valor relativo ao que você como sócio abriu mão ao deixar esse recurso na empresa. Um exemplo simples: se o Lucro Líquido anual foi de 1 milhão, se o Patrimônio Líquido no início do período era de 5 milhões, e o custo de oportunidade fosse de 15 % ao ano, representando 0,75 milhão, nesse caso a empresa teria um lucro econômico de 0,25 milhão. Nesse exemplo, houve uma criação de valor para o acionista, a empresa conseguiu remunerar o que ele abriu mão por ter deixado o recurso na empresa e ainda gerou uma sobra.

Pense em fazer esses ajustes na apuração do resultado gerencial da sua empresa para você calcular o lucro econômico.

Na próxima coluna volto com outras dicas.

José Carlos Oyadomari (PhD.) Professor do Insper e Mackenzie. Conselheiro Consultivo da HVAR Consulting e Consulcamp. Sócio da True Port Advisors. Diretor de canais da Traad Wealth Management. Apresentador do Programa Gestão Por Quem Faz. Instagram@prof.oyadomari   https://www.linkedin.com/in/jcoyadomari/


 

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