Avaliação de ciclos: celebrações e esperanças

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Avaliação de ciclos: celebrações e esperanças

Dezembro é o mês das confraternizações, as chamadas festas da firma. Contudo, em termos empresariais, é também o mês que as companhias aproveitam para fazer um misto de balanço das conquistas do ano que está sendo encerrado e um planejamento para o próximo ano. 

Na realidade, é bem curioso que tenhamos essa divisão do tempo em períodos, pois muita gente acha que essa divisão do tempo seguindo o calendário tradicional é uma convenção que gera uma certa inércia durante o ano, já que alguns usam isso como justificativa para não fazer nada agora, principalmente quando já conseguiram resultados positivos além das metas estabelecidas.

“Vamos deixar para fazer isso para o próximo ano, esse ano já fizemos muito, atingimos as metas”, alegam alguns. “Vamos antecipar algumas despesas e investimentos, pois o lucro e o caixa já estão acima do orçado”, dizem outros. Na realidade, isso parece ser mais um desvirtuamento ou um entendimento inadequado do significado do planejamento. Além disso, pode ser principalmente uma forma de se proteger contra más avaliações de desempenho, criando “gorduras orçamentárias” para o próximo período de avaliação.

No livro Contabilidade Gerencial Ferramentas para melhoria de desempenho, defendemos que a avaliação de desempenho possa ser feita tendo como base o orçamento (ênfase no planejado), o desempenho no ano passado (ênfase em melhoria contínua), e por fim com base no desempenho do concorrente (ênfase no competidor). Já vi casos de empresas que simplesmente não tinham metas, mas que, por trás, tinham a ideia de sempre realizar novos projetos de melhoria, principalmente para avaliação dos diretores. Já o desempenho baseado no concorrente faz muito sentido quando os resultados são dependentes de variáveis afetadas pelas chamadas “incertezas estratégicas”, ou seja, podem ter muita volatilidade. É aí que a ideia de se comparar com o concorrente se torna útil, pois foi melhor quem soube lidar melhor com as incertezas.

O desempenho baseado nas metas é o feijão com o arroz, mas que sabemos que também tem muitos problemas, principalmente quando o orçamento e as metas ficam engessadas, inatingíveis ou com muitas folgas. Nessa hora, se recomenda que a administração se baseie por princípios éticos e de excelência. Em geral, um equilíbrio entre orçamento, competidor e ano passado tem sido o critério de avaliação de desempenhado mais adequado para muitas organizações.

Finalizando o argumento favorável ao conceito de quebrar o tempo em calendário é que que, com a delimitação deles, nós colocamos prazos e objetivos e nos damos a liberdade de avaliar, retrospectivamente, se conseguimos atingir por mérito e/ou por sorte, mas também em avaliar os erros e poder aprender com eles. Fechar um ciclo e fazer a avaliação também dá uma sensação de colocar algumas coisas no passado e poder reabrir um novo ciclo, alimentando a empresa de novas esperanças, com novos objetivos a serem conquistados. 
Espero que os leitores tenham conseguido atingir boa parte dos seus objetivos em 2024. Desejo um Feliz 2025, com novas esperanças e sonhos já que “A   história não tem fim, continua sempre que você responde sim à sua imaginação” (Guilherme Arantes, Brincar de Viver).
 

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