CASA DA MÃE JOANA

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CASA DA MÃE JOANA

Esse negócio de Democracia Relativa não passa de uma “casa da mãe Joana”, como dizia nossos avós, quando  estava diante de uma grande panaceia, feita de  mentiras  e desentendimentos. É o que nós vemos no teatro encenado entre Maduro e Lula. O primeiro, enredado com as eleições na Venezuela, não poupou sequer seu amigo e fiel escudeiro brasileiro, sob o qual destilou o veneno da desconfiança no  sistema eleitoral brasileiro. 

Para Maduro as urnas brasileiras não são auditáveis, portanto podem não ser representativas da vontade do corpo eleitoral da Nação, consequentemente pôs em dúvida a legitimidade do presidente brasileiro. Maduro não mediu as palavras para proferir ofensa tão grave às instituições democráticas brasileiras, oriundas de um Ditador estrangeiro.

Por mais veementes que tivessem sido as respostas do seu aliado brasileiro, foram insuficientes para colmatar tamanha ofensa, a menos que elas não expressassem a indignação de uma Democracia forte, mas um arremedo, que no particular, muito se assemelha aos arranjos da Ditadura venezuelana.

Lá, como aqui, candidatos foram considerados inelegíveis, as urnas escaparam dos testes necessários à sua confiabilidade, perseguições a jornalistas e prisões de adversários políticos, exílios, inquéritos e processos são incontáveis e intermináveis, tudo ao arrepio da lei e da Constituição.

Neste sentido, fica muito clara a afirmação de Voltaire, comentando sobre os homens do seu tempo: “os homens nunca sentem remorsos por coisas que estão habituados a fazer    “. O aparente conflito entre homens da mesma laia, serve de advertência sobre a universalidade da mentira no âmbito da vida política.

Ainda mais e embora não seja um adepto do existencialismo sartriano, não posso deixar escapar a lúcida observação de Sartre, segundo a qual “cada um escolhe os venenos com os quais se intoxica”. É o caso desses dois personagens ao longo  da história com que têm pontificado na política  venezuelana e brasileira. Escolheram os restos mortais do comunismo fracassado, para conduzir seus povos à Ditadura e ao escombro de suas economias. 

O desespero de sua provável derrota eleitoral e o espírito golpista e autoritário que remonta à sua própria origem chavista, Maduro ameaçou seu povo com uma guerra sangrenta, na hipótese do seu fracasso eleitoral. Essa é a democracia relativa, que repousa sua força política na  repressão e no forte  aparato militar, sempre convocado para espalhar o terror e o medo sobre a população desarmada e  desprotegida. 

É esse o caminho que o nosso país está trilhando, a cada passo que damos em direção ao abismo. A casa da mãe Joana  não é outra coisa  senão, a escorcha tributária, a censura pretendida sobre as redes  sociais, a  cooptação das Forças Armadas, o centralismo fiscal, a imprensa servil e amordaçada, a compra das instituições democráticas como o Congresso e o Judiciário, a  corrupção desenfreada, o desmantelamento dos valores constitutivos da civilização ocidental, entre  eles a família, o cristianismo, os costumes, a cultura e a História, enfim nossos elementos de real identificação nacional.

A encenação teatral de um suposto conflito entre Maduro e Lula não tem cabimento na atual concepção da política  externa brasileira, sustentada numa  aliança anti Ocidente, contrária aos valores  cristão, pro China, pro Rússia , anti Israel e  em favor dos grupos terroristas do Oriente Médio. Conceber este conflito consiste em admitir que o Brasil  abandonará sua política, em favor de uma malcriação provisória e oportunista com a  qual Maduro pretende  prosseguir  com a  farsa eleitoral venezuelana.

Oswald de Andrade dizia, e com razão, “que a gente escreve o que ouve, nunca o que houve”. Sempre ouvi de Lula que Maduro é um democrata convicto, que merece todas honras de um Chefe de Estado Democrático e por aí vai, em loas ao  mais infame Ditador. O que houve entre eles, suas conversas privadas, com quantas moedas já pagou suas dívidas com o Brasil, o que fará com a pobre Goiana, quantos já torturou e matou, quantos passam fome em seu país, essas e outras verdades são as infâmias de suas tristes jornadas no Poder!!!

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