Comemorar? não!

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Comemorar? não!

Nesse domingo (8), Dia Internacional da Mulher, mais uma vez, pude constatar pelas redes sociais que a maioria das ditas homenagens eram adornadas com florezinhas e versos de reconhecimento da doçura, do amor...das mulheres. Compreendo, no entanto, que esse dia não deveria ser para comemorar, mas, sim, de reafirmar lutas, buscas de conquista, respeito, e é isto que elas querem e se mobilizam. Os dados divulgados pelo Monitor da Violência nesse dia reafirmam uma cruel manifestação de uma paralisia da sociedade brasileira diante dos alarmantes casos de violência contra as mulheres, em todos os sentidos e direções.

É preciso que se entenda que a violência contra a mulher não é só de agressão física. A Lei Maria da Penha tipifica os tipos de abuso contra a mulher em categorias: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica.  Foi a partir desses conceitos, que vieram à tona formas de violência que até então estavam escondidas.

Apesar de episódios constantes de feminicídios estampados pelos jornais e nas redes sociais, ainda não vemos ações concretas capazes de garantir a manutenção das vidas das mulheres que todo ano são - apesar de algumas medidas protetivas -  mortas e expostas. Foram no ano passado 3.739, um aumento de 7,3% de feminicídios, ou seja, uma morte a cada 7 horas, em média, segundo o Monitor de Violência da USP e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  

Cerca de 33% dos casos de feminicídios são em decorrência de término da relação. O homem machista guarda em sua visão possessiva a ideia de que, somente quem conquista poderia romper com o relacionamento, pois a mulher é o seu objeto, afirmam os especialistas do comportamento humano. Porém , e tristemente, o que chama a atenção é que as investigações sobre feminicídios revelam relatos de violência doméstica anteriores, e que não houve acionamento de redes protetivas públicas, visto que muitas mulheres vivenciam o ciclo da violência em silêncio, certamente por medo. Isso precisa ser rompido, e para tanto o Estado precisa desenvolver cada vez mais a conscientização da sociedade que em briga de marido e mulher, sim, se mete a colher, e mais: denuncia. 

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