Não tem sido surpresa para ninguém que o ambiente da internet virou uma espécie de terra de ninguém, onde as pessoas pensam que podem fazer o que querem, sem a menor ideia de consequência, da maldade que estejam fazendo. Mesmo assim, alguns insistem porque buscam “coragem” sem a aparente presença do outro. Por isso, temos visto nesses últimos dias esta troca de agressões no meio político para todos os lados. Guardei a curiosidade, no entanto, de buscar, dentre muitos, as menções à canonização da Santa Dulce dos Pobres. Achei, sem sombra de dúvidas, que as questões dirigidas em ataques ao outro foram muito maiores.
Tive esta curiosidade desde que vi no domingo, dia 13 último, a atriz Cleo Pires em corajoso e sentido depoimento ao Fantástico, mostrando a sua tristeza diante dos ataques que vem recebendo pelas redes sociais, por ter engordado 20 quilos, por questões de transtornos alimentares. A atriz não se fez de imune, não. Falou, sim, o que sentia, que aquilo machucava. Ela foi atacada porque o seu corpo, repito, o corpo dela, Cleo, modificou. Esses ataques por questões de estéticas corporais têm sido nominado por estudiosos de Body Shaming (vergonha do próprio corpo), que têm, em casos graves, levado jovens e adultos a desabarem em depressão, quando não em tentativa de suicídio. Tudo muito lamentável. O pior: o que pode fazer um(a) seguidor(a) que acompanha alguém, pressupondo admirar, estabelecer critérios de aparência a quem segue? Poderia, no máximo, se houvessem mudanças de princípios, opiniões, cabendo o deixar de seguir, até o questionar respeitosamente novas posições, posto nem assim caberia ataques, agressões...Não vi Cleo perguntando nada a pessoa alguém sobre o seu corpo ou o que achava. Vamos rever o porquê de muitos terem a necessidade de agredir, caluniar, pôr o outro para baixo? Será que nesse anseio ou necessidade não se encontra um grande problema a ser resolvido em uma psicanálise ou psicoterapia?