Jesus, o subversivo

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Jesus, o subversivo

Se você ainda se fixa na imagem de um Jesus loiro e de olhos claros, com cabelo comprido, liso, que é a imagem mais comum retratada na iconografia religiosa. Esqueça. O Jesus real, provavelmente, tinha uma aparência bem diferente do imaginário popular. o historiador Bohrer é categórico: “Jesus era semita. Devia ter uma altura entre 1,60 e 1,65. Tinha a pele mais escura, o cabelo crespo e curto, olhos escuros, a barba espessa”. “Se fosse um judeu mais devoto, pode ser que tivesse deixado apenas os cabelos da têmpora crescer. Mas branco ele não era.”.

Sempre houve um interesse, uma curiosidade muito grande quanto à figura histórica de Jesus. Já houve, inclusive, pesquisa feita que levantou indícios, até utilizando o santo sudário. Não é algo definitivo, mas se aproxima bem, referenciando o fenótipo dos homens daquele período, ano 1 da nossa era. Sabe-se hoje em dia que  a expectativa de vida média do galileu na época era de 35 anos, independentemente da crucificação. Eles não tinham acesso a carne e comiam muitos legumes, mas, sem conhecimento nutricional adequado, os legumes não nutriam tanto. Afirmam textos de pesquisas de diversos estudiosos, identificando, também, nos estudos arqueológico feitos com vestígios de ossos da época, se descobriram carência de cálcio e proteína. Eram um povo mais simples, com pouca estrutura de saúde física. 

Era um período muito conturbado da Palestina em que Jesus viveu, como de certa forma acontece ainda hoje. As pesquisas que buscam conhecer o Jesus histórico, que se tornou pobre com os pobres e pregou uma mensagem de libertação, especialmente dirigida aos marginalizados, evidenciam um Jesus desafiador e diferente à ordem religiosa de então. O que se evidencia, também, é um homem profundamente humano, que estava totalmente envolvido com os problemas reais do seu tempo, que contestou a casta sacerdotal judaica, que explorava a fé do povo, e desafiou as autoridades de Roma, anunciando um novo tempo de libertação para os excluídos e de salvação para toda a humanidade. Não discriminou, nem excluiu...agregou para si todos que se aproximavam, inclusive mulheres e os tidos como inimigos dos judeus, como foi o caso do Seu encontro com a mulher samaritana, em João, 4, haja vista que os judeus desprezavam os samaritanos, alegando que eles distorciam as Escrituras.

Assim, em sentido lato Jesus, sim, foi subversivo. Subverteu o instituído, e se alguém tem alguma dúvida, Ele vaticina, em Mateus, 5: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”. Assim, não tem algo que não está se encaixando na pregação de alguns que se arvoram a dizer que O representam nestes tempos?

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