O que é um estádio?

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O que é um estádio?

Não conheço um grande clube de futebol que não possua o seu próprio estádio. Digo mais, até os pequeninos tem, mesmo os que patinam nas areias movediças das competições.

O estádio faz parte da cadeia produtiva do futebol. Administrar o palco de suas apresentações já se incorporou ao negócio de que o clube participa. Não é a toa que os grandes clubes do mundo associam o seu nome à um estádio de grandes tradições. O Camp Nou, o San Siro, o Santiago Bernabeu, o Allianz Parque, o Estádio da Luz, o Velodrome, o Itaquerão, o Beira Rio, a Arena da Baixada são antes de mais nada um bem econômico relevante.

O estádio ou arena, seja lá a configuração que tenha, ultrapassa o traço arquitetônico de suas formas magistrais, expressas em volumosa engenharia de concreto armado de que se reveste esses gigantes. O estádio é uma apoteose, um cenário de glórias, um ente histórico.

É neles que os clubes de futebol inscrevem suas trajetórias, armazenam em camadas invisíveis e infinitas as emoções de suas torcidas apaixonadas, encaixotam os gritos de dores e incontidas alegrias para o decurso dos tempos.

Através dos estádios de futebol, as cidades ganham suas varandas, espaços urbanos do beijo e das celebrações, onde explodem multidões coloridas, desfilando seus carnavais de bandeiras e fantasias.

Clubes e estádios se fundem em simbiose inseparável. Um estádio sem um clube de futebol é um gigante inanimado, condenado ao silêncio e à morte. Um clube sem um estádio é um tigre de papel, sujeito a vagar em busca de um abrigo, considerando as condições vigentes no futebol competitivo da atualidade.

O mal estar tricolor é visível e constrangedor. O Esquadrão quer a sua casa, a casa onde sua imensa torcida extravase suas emoções e não se veja expulsa quando as luzes se apagam.

Conquistar o seu estádio é um objetivo estratégico do Esporte Clube Bahia, compromisso dos tricolores com a vida perene do seu clube do coração, condição para reproduzir as conquistas que fizeram do Esquadrão de Aço um patrimônio de glórias.

É cedo para examinar o modelo econômico das concessões possíveis, porém, é hora do Manchester City construir a arqueologia da bola, é hora de reconhecer o valor estratégico deste desiderato e atribuir à torcida tricolor o protagonismo que tem desempenhado, a fim de que não se tome como sonho impossível o que é um direito e uma aspiração legítima.

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