O ser humano não é imparcial

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O ser humano não é imparcial

Fica difícil de entender quando o presidente Jair Bolsonaro divulga, alardeia que o seu governo não terá viés ideológico político partidário, considerando que o ser humano é de natureza parcial, porquanto movido pelos embates das emoções em seu conteúdo de sentimento, que nada mais é que o somatório de suas experiências ao logo de sua vida, e acresço por princípios religiosos, diria de suas vidas. Não há, então, como falar de imparcialidade. O sentido do equilíbrio, defende muito bem o budismo, é o caminho do meio, onde se deve balizar as decisões de quaisquer naturezas.

Dessa forma, a mim me parece contraditório que o presidente ao ser indagado sobre as investigações da Comissão da Verdade, estabelecida no governo de Fernando Henrique Cardoso para apurar os desmandos e desaparecimentos de pessoas no regime militar, questionado sobre os resultados das averiguações, Bolsonaro contra-argumenta: “Qual foi a composição da comissão da verdade, foram 7 pessoas indicadas por quem? Pela Dilma”, falou a jornalistas após café da manhã no Palácio da Alvorada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deixando claro que não houve isenção investigativa. Mais uma vez, no entanto, questionado sobre a mudança da comissão, feita esses dias, simplesmente disse que “o motivo é que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final (...)”. Ora, a identificação é que o viés mudou de eixo, saiu de um lado para o outro, mas, infelizmente, ao que parece, não é tida como comissão de Estado e sim de Governo. Lamentável. Se o presidente fala que antes tinha terroristas, agora são militares.

Os governos brasileiros, em sua generalidade, fazem as suas políticas com foco em questões ideológicas pessoais, quase nunca buscando ser de Estado, perene, que possa vencer ideologias de grupos e avançar na formação de uma Nação firme, sólida, mesmo que sua base seja tão plural e diversa, em função dos argumentos de conteúdo de pessoas e grupos. Lamento, vivamente, que ainda se tenham times, divisões quando se pensa o Brasil como um todo. Por que não aproveitar o que se tenha efetivamente de bom em qualquer lado?

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