Editorial

A força da variante Delta, em duas perspectivas

Confira o editorial desta segunda-feira (30)

Por Editorial , Erick Tedesco
Ás

A força da variante Delta, em duas perspectivas

Foto: Itamar Crispim/Fiocruz

Um estudo inusitado, porém otimista, feito por pesquisadores de Israel e divulgado no último fim de semana, investiga – já com resultados preliminares – que a proteção imunológica natural desenvolvida após uma infecção por Covid-19 é mais potente contra a variante Delta do que as duas doses da vacina da Pfizer, tido como um dos imunizantes mais eficazes contra a doença do novo coronavírus. 

Sem dúvida, uma constatação científica relevante a esta fase da humanidade em pandemia, em termos de comparar a imunidade natural e a induzida por vacina ao SARS-CoV-2.

Durante 75 dias (de 1º de junho a 14 de agosto), foram examinados mais de 30 mil registros médicos israelenses para descobrir o impacto da vacinação contra a variante Delta. O resultado sugere que a imunização natural é mais forte que a da vacina.

Pessoas que se recuperaram de um ataque da Covid-19 durante uma das primeiras ondas da pandemia parecem, aponta o estudo, ter um risco menor de contrair a variante Delta do que aquelas que receberam duas doses da vacina da Pfizer.

Além disso, o artigo de Israel contrasta com estudos anteriores, que mostraram que as imunizações ofereciam melhor proteção do que uma infecção anterior, embora esses estudos não fossem da variante Delta.

No entanto, isso de forma alguma sugere que as pessoas não tomem a vacina ou que saiam por aí se contaminando, muito pelo contrário. Trata-se de uma experiência, uma análise comparativa, e um determinante (vacina e imunização natural) não desqualifica o outro. 

Principalmente porque, segundo o estudo, os indivíduos que foram previamente infectados e receberam uma única dose da vacina ganharam proteção ainda maior contra a variante. Ou seja, a pessoa que já contraiu a Covid-19 e se vacinou, está praticamente blindada.

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