África Subsaariana tem 48% das mortes atribuídas a grupos terroristas no mundo, aponta ONU
Secretário-geral menciona Moçambique entre países que viviam em paz e agora enfrentam problema
Foto: PMA/Grant Lee Neuenburg
Durante a reunião do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) de Coordenação Contraterrorismo, realizada nessa quarta-feira (8), o secretário-geral, António Guterres, chamou a atenção para a alta de mortes na África Subsaariana, onde ocorrem 48% do total global de vítimas fatais de grupos terroristas no ano passado.
Na ocasião, o chefe da ONU destacou as vulnerabilidades exploradas por estes grupos como o vazio de poder, longos conflitos interétnicos, fraquezas internas e fragilidades do Estado. Sobre o aumento da ameaça na região, Guterres citou o crescimento de grupos como Al-Qaeda, Daesh e seus afiliados. Entre as áreas de maior atuação estão Sahel, África Central e Austral.
O apelo feito ao pacto é que continue melhorando a assistência técnica, as capacidades e as instituições com foco em pessoas, nos princípios fundamentais e no Estado de direito.
Guterres apontou Moçambique e Tanzânia entre casos de países que, antes em situação de paz, têm agora terroristas procurando explorar e manipular queixas da sociedade e a desconfiança nos governos.
Na República Democrática do Congo, na Líbia e na Somália, países marcados por conflitos, o terrorismo agravou a violência. Segundo Guterres, a situação alimenta a instabilidade, mina os esforços de paz e atrasa as metas de desenvolvimento.
O discurso do gestor destaca ainda fatores como desigualdades, pobreza, fome e injustiça que propiciam o recrutamento de terroristas e o extremismo violento. Para enfrentar a questão do terrorismo, o chefe da ONU propõe que o problema seja abordado de uma forma integrada e holística na Estratégia Antiterrorista da ONU.
Entre as sugestões da proposta estão o investimento em áreas como saúde, educação, proteção, igualdade de gênero e sistemas de justiça acessíveis a todos.