Alckmin defende 'diálogo' com EUA sobre taxação do aço e sugere negociação de cotas para exportação
Donald Trump impôs tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Geraldo Alckmin defendeu que o Brasil dialogue com os Estados Unidos sobre a taxação do aço determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump.
"Olha, [a taxação] não foi contra o Brasil. A alíquota que foi imposta foi para o mundo inteiro. Não foi discriminatória. Os EUA são um importante parceiro comercial do Brasil. [...] Isso é do cotidiano. Todo o dia você tem essas questões de alteração tarifária. O caminho é diálogo, nós vamos procurar o governo norte-americano para buscar a melhor solução", ponderou Alckmin.
O vice-presidente disse ainda que negociar cotas para exportar determinada quantidade de aço e alumínio aos EUA sem pagar a íntegra da taxação é uma "boa solução". "Essa é uma boa solução [cotas]. O caminho é o diálogo. Estamos abertos, tem várias alternativas, uma delas é o estabelecimento de cotas", disse.
Entenda
O presidente dos Estados Unidos assinou na segunda-feira (10) um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para o país.
A determinação, que pode atingir o setor de siderurgia de países como Brasil, Canadá e México, integra uma das principais promessas de campanha de Trump. O presidente americano prometeu taxar produtos estrangeiros com intenção de priorizar a indústria norte-americana.
"Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas", afirmou o presidente americano.
"Este é o primeiro de muitos. E você sabe o que quero dizer com isso? Outros assuntos, tópicos, proteger nossas indústrias de aço e alumínio é essencial. Simplificando: nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente o que é: 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha.", prosseguiu Trump.
Trump ainda destacou que a tarifa será aplicada de forma exclusiva às importações, a partir do dia 4 de março. O presidente destacou que as empresas têm a opção de estabelecer filiais e trazer a produção para dentro do país, o que asseguraria tarifa zero.