Alexandre de Moraes nega devolver celular de ex-assessor que trabalhou com ele no TSE
Pedido de apreensão ocorreu com base em parecer da Procuradoria-Geral da República
Foto: Divulgação/TSE
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu nesta quinta-feira (29) manter a apreensão do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a presidência do magistrado. A decisão ocorre no âmbito de uma investigação sobre o vazamento de mensagens.
A defesa de Tagliaferro solicitou a devolução do aparelho na terça-feira (27). O celular, apreendido após o depoimento de Tagliaferro à Polícia Federal (PF) na quinta-feira (22), foi mantido por ordem de Moraes e recebeu apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na oitiva, Tagliaferro negou ter vazado as mensagens que sustentaram a reportagem da Folha de S.Paulo sobre o uso não oficial do setor de combate à desinformação do TSE pelo gabinete de Moraes.
No último dia 26, os advogados de Eduardo Tagliaferro, entraram com um pedido na Corte para que o magistrado seja impedido de atuar no caso que investiga o vazamento de mensagens entre Tagliaferro e Artin Vieira, juiz auxiliar do magistrado.
A defesa de Tagliaferro considera a permanência do ministro na "relatoria absolutamente inadequada”, uma vez que o inquérito investiga ações relacionadas à lisura do magistrado.
“O presente pedido se faz necessário tendo em vista que já foi proferida abusiva ordem de busca e apreensão e, sem freio, em nada impede que medidas de constrição cautelar irreversíveis sejam decretadas”, diz o advogado Eduardo Kuntz.
O pedido visa também o arquivamento da investigação ou, ao menos, o impedimento de Moraes com anulação dos atos proferidos por ele no caso até aqui.