Amazônia, tema transversal
Confira o editorial desta sexta-feira (21)
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Foto: Reprodução
Uma única frase é suficiente para entender o que se trata a reinstalação do Conselho Nacional da Amazônia Legal, dita pelo novo presidente do órgão, o vice-presidente Hamilton Mourão: falar de Amazônia vai além da questão do meio ambiente. “É multidisciplinar. É um tema transversal. Temos a questão do desenvolvimento que abrange o governo como um todo”. É o peso da seriedade na forma que o tema será, daqui em diante, tratado por este conselho.
´É preciso, mesmo, organizar as diversas e distintas políticas públicas de vários ministérios que atuam praticamente independentes, sem haver uma integração das mesmas. O governo deve se interessar pela região no âmbito de fazer valer a força da expressão “a Amazônia é nossa”.
O conselho terá, por certo, um trabalho complexo, se de fato levar a cabo o trabalho. Potencializar eficácia das ações em diversos setores e evitar o desperdício de recursos podem constar na pauta do grupo de Mourão.
E mais: terá de criar mecanismos e discursos contra a famigerada internacionalização da Amazônia, afinal, sabe-se muito bem que os interesses alheios, de tantos Estados e principalmente de outros países, nem sempre usam do bom senso para opinar, por exemplo, sobre uma queinada na região. Uma queimada na Amazônia é estrondosamente mais retubante pelo globo terrestre do que uma queimada em Portugal.
Em tempo, Mourão é a pessoa certa para o cargo no Conselho: é bem articulado, tem uma narrativa coesa e extremamente ético dentro do ofício de político.