Após ataques à atriz trans, Nunes Marques cita 'liberdade de expressão' e anula condenação de Marco Feliciano
Justiça de São Paulo havia colocado réu o deputado a pagar R$ 100 mil por danos morais
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O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu a condenação do deputado Marco Feliciano (PL-SP) por ataques feitos à atriz transexual Viviany Beleboni em 2015, encerrando o processo com base no princípio da liberdade de expressão.
A Justiça de São Paulo havia colocado réu, o deputado, a pagar R$ 100 mil por danos morais a uma entidade da sociedade civil que representava a atriz, mas a decisão foi anulada pelo magistrado.
Viviany Beleboni, conhecida por sua performance de Jesus crucificado levou o caos para a 19ª Parada do Orgulho LGBT, havia entrado na Justiça contra diversas figuras públicas, assim incluindo Feliciano, por manifestações consideradas ofensivas nas redes sociais e em discursos.
Na época a performance, que realizou o sofrimento da comunidade LGBT, gerou reações intensas, incluindo discursos críticos de parlamentares evangélicos e católicos.
"Imagens que chocam, agridem e machucam. Isto pode? É liberdade de expressão, dizem eles. Debochar da fé na porta da igreja pode? Colocar Jesus num beijo gay pode? Enfiar um crucifixo no ânus pode? Despedaçar símbolos religiosos pode? Usar símbolos católicos como tapa sexo pode? Diizer que sou contra tudo isso, NÃO PODE? Sou intolerante, né?”, disse Feliciano.
Durante a decisão, Nunes Marques confirmou que a liberdade de expressão não pode permitir discurso de ódio. Porém, o ministro argumentou que esse não foi o caso da declaração de Feliciano.
"Por não identificar no caso os excessos caracterizadores do discurso discriminatório, entendo que o reclamante não desbordou do exercício legítimo da liberdade de expressão", escreveu. Para o ministro, críticas desfavoráveis, mesmo que polêmicas, estão protegidas como manifestações da consciência individual.