Após ser cobrado por Bolsonaro, Maia cogita acordo para diminuir salários de deputados
"O Parlamento está disposto a sentar na mesa e dialogar", ressaltou em coletiva
Foto: Agência Brasil
Depois que o presidente Jair Bolsonaro sugerir que, para manter o valor de R$600 do auxílio emergencial, deputados e senadores mexessem nos próprios salários, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta terça-feira (9), que o Parlamento está disposto a dialogar sobre a possibilidade de diminuir um percentual de salário e gastos se todos os três Poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) aderirem à medida para garantir a continuidade da renda emergencial no período da pandemia. "O Parlamento está disposto a sentar na mesa e dialogar, para cuidar dos mais vulneráveis", ressaltou em coletiva.
Para a conta fechar, Maia frisou que todos terão que dar sua parcela, e afirmou que não há problemas de realizar este debate. Ele ainda explicou que o governo tem autonomia para prorrogar o benefício, desde que mantenha o mesmo valor. Caso a decisão seja por diminuir, terá que ser analisado um novo projeto. Nesta terça-feira pela manhã, depois de ser cobrado para manter o valor do benefício, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que para não prejudicar as contas públicas, aceitaria aumentar o valor do auxílio emergencial pago a trabalhadores informais se deputados e senadores resolverem cortar os próprios salários.
Em relação ao desenvolvimento de um programa de renda mínima permanente, o presidente da Câmara entende que o debate é fundamental, mas que apesar de algumas conversas com lideranças, ainda não foi apresentado "nada concreto". Para ele, o assunto deve continuar em debate depois da pandemia.
Dados Covid-19
Sobre a polêmica que continua em torno da mudança implementada pelo ministério da Saúde para divulgar os dados de acompanhamento das infecções e mortes por infecções pela Covid-19, Maia entende que os desencontros dos últimos dias foram negativos para todos, e que vai "levar alguns dias" até se restabelecer a confiança. "Em algum momento, todos voltaremos a ter confiança nos dados do ministério da Saúde, eu espero que isso seja breve", opinou.
Para ele, a presença do ministro interino da Pasta, Eduardo Pazuello, em audiência na Câmara nesta terça "é sinal claro da importância do diálogo com o Parlamento", mas que é preciso mais transparência de como o governo organiza seu banco de dados e como as informações são tornadas públicas.