Vídeo: “As pessoas querem entender o sagrado, não só assistir ao orixá dançando”, afirma Iyalorixá Mariana Brito
Sacerdotisa fala sobre o papel das redes sociais na representação do candomblé

Foto: Foto: FB Comunicação
No episódio especial do Podomblé sobre o Novembro Negro, a Iyalorixá Mariana Brito falou sobre o modo como o candomblé tem sido retratado nas redes sociais e alertou para o risco de transformar o sagrado em mero conteúdo de consumo.
“Respeito quem posta seus vídeos de orixá dançando. Não sou a favor, com todo o respeito a quem posta. Mas acredito que as pessoas estão muito mais querendo entender o que é esse sagrado do que assistir esse sagrado”, afirmou.
Durante a conversa com o host Adriano Azevedo, Mariana destacou que prefere compartilhar reflexões e experiências pessoais dentro da religião, como forma de promover compreensão e autoconhecimento.
“Mostrar minha rotina, falar sobre o que entendo como sagrado, traz muito mais reflexão do que simplesmente exibir um santo dançando. As pessoas precisam crescer com isso”, disse.
A Iyalorixá também criticou o comportamento de quem busca o candomblé apenas por estética ou curiosidade, sem se comprometer com o cotidiano religioso.
“Muita gente quer ver o candomblé como algo lúdico. Ninguém quer lavar o chão do quarto do santo, passar um pano. Na hora do trabalho pesado, aparecem poucos. As pessoas estão acostumadas com o candomblé de propaganda de margarina, com todo mundo sorrindo e feliz”, completou.
A fala da sacerdotisa reforça a necessidade de refletir sobre o papel das redes sociais no fortalecimento das tradições afro-brasileiras, especialmente em um mês dedicado à valorização da negritude e à memória ancestral.
CONFIRA:


