Barroso afirma que dados vazados por Bolsonaro ajudam "milícias digitais e hackers"
Inquérito de investigação sigilosa que apura ataque hacker ao TSE foi divulgado pelo presidente
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Durante a primeira sessão do ano após o recesso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou que a ação do presidente Jair Bolsonaro (PL) de expor dados de uma investigação sigilosa ajuda "milícias digitais e hackers" à invadir o sistema da Corte.
Bolsonaro é investigado em razão do suposto vazamento de dados de uma investigação sigilosa que apura um ataque hacker à Corte.
"Ninguém fornece informações que possam facilitar ataques invasões, e outros comportamentos delituosos. Tudo aqui é transparente, mas sem ingenuidades. Sempre lembrando que informações sigilosas que foram fornecidas à Polícia Federal para auxiliar uma investigação foram vazadas pelo próprio presidente da República em redes sociais, divulgando dados que auxiliam milícias digitais e hackers de todo mundo que queiram invadir nossos equipamentos", afirmou o ministro.
Além disso, Barroso afirmou que "faltam objetivos" para qualificar a atitude do presidente.
"O presidente da República vazou a estrutura interna da TI [tecnologia da informação] do Tribunal Superior Eleitoral. Tivemos que tomar uma série de providências de reforço da segurança cibernética dos nossos sistemas para nos proteger. Faltam adjetivos para qualificar a atitude deliberada de facilitar a exposição do processo eleitoral brasileiro para ataques criminosos.", seguiu.
Após a divulgação das informações, uma investigação foi aberta contra Bolsonaro, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, o presidente da República faltou ao depoimento marcado sobre o inquérito. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a investigação do ataque hacker não estava em segredo.