Economia

BC: volume do empréstimo consignado bate recorde e supera R$ 513 bi

A modalidade é disponibilizada para quem tem salário, aposentadoria ou pensão creditados em conta-corrente

Por Da Redação
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BC: volume do empréstimo consignado bate recorde e supera R$ 513 bi

Foto: Reprodução/Pixabay

O volume do crédito consignado, que é descontado diretamente na folha de pagamento, registrou recorde em 2021 e chegou a R$ 513,5 bilhões de contratados em dezembro. Segundo os dados do Banco Central, é o maior valor já visto nessa modalidade de empréstimo.

O saldo total de dezembro teve alta de 14% comparado ao mesmo período de 2020, quando havia R$ 439 bilhões. Nos últimos 12 meses, o aumento acumulado foi de 17%, num total de R$ 5,7 trilhões, coincidindo com o período da segunda onda da pandemia de Covid-19.

A modalidade é disponibilizada para quem tem salário, aposentadoria ou pensão creditados em conta-corrente. Já que é descontado diretamente na folha de pagamento ou da aposentadoria do cliente, essa é uma opção de empréstimo fácil, com uma das menores taxas do mercado.

Desde o início de 2022, as novas contratações, renovações e portabilidades passaram a seguir o limite de comprometimento de 30% dos rendimentos, e não mais 35%, como vigorou até o fim de 2021. Além disso, o teto de juros passou de 1,8% para 2,14% ao mês. Nas operações realizadas com cartão de crédito, a taxa subiu de 3% para 3,06% ao mês.

De acordo com o economista Josilmar Cordenonssi, professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o aumento do volume do consignado mostra a dificuldade que as pessoas estão tendo em manter o padrão de consumo, ou tentando aumentar a renda, na esperança de que a crise seja transitória.

Josilmar também diz que a alta dos empréstimos pode ser um obstáculo para a retomada da economia no pós-pandemia. "A economia deverá crescer em um ritmo mais lento, porque a capacidade de se endividar das pessoas para aumentar o consumo vai ser menor. Em vez de consumirem, as famílias estarão pagando dívidas antigas. A demanda tende a ser menor nessa recuperação", afirma  Cordenonssi.

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