Bolsonaro processará Lula após acusação acerca de mansão nos EUA
Ex-presidente apresentará uma ação cível por danos morais e uma ação criminal
Foto: Isac Nóbrega/PR | Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai processar o atual chefe de Estado brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após o presidente sugerir, nesta quinta-feira (11), em Salvador, que um imóvel milionário pertencente à família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, na verdade poderia ser do ex-chefe do Executivo.
O ex-presidente apresentará uma ação cível por danos morais e uma ação criminal pela prática de crime contra a honra. Essa é a primeira vez que Bolsonaro aciona a Justiça contra Lula desde que foi derrotado nas urnas e deixou o Palácio do Planalto.
"Nós vamos apurar, nós vamos abrir processo e nós vamos tentar provar a corrupção que houve nesse país para que o povo brasileiro saiba quem é que praticou corrupção", afirmou Lula.
"Acabaram de descobrir uma casa de US$ 8 milhões do... Como é que chama ele? Do ajudante de ordens do Bolsonaro. Certamente, uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordens. Certamente, é para o paladino da discórdia, o paladino da ignorância, o paladino do negacionismo", disse ainda.
A declaração do presidente da República teve repercussão nas redes sociais. Ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro, o empresário Fabio Wajngarten afirmou que providências jurídicas seriam tomadas para reparar "mais uma mentira" do petista.
"Fica cada dia mais evidente seu descontrole, seu sentimento único de vingança, em detrimento de cuidar do Brasil e de sua população", escreveu Wajngarten.
A mansão foi revelada pelo Metrópoles é avaliada em R$ 8,5 milhões e não em dólares, como afirmou Lula. Ela pertence a Daniel Cid, irmão do tenente-coronel, e está localizada em Temecula, a 130 quilômetros de Los Angeles, na Califórnia.
De acordo com a publicação, a família do ex-ajudante de ordens ainda tem outras propriedades milionárias no país norte-americano, avaliadas entre R$ 2,2 e R$ 3,3 milhões
Mauro Cid era uma espécie de braço direito de Bolsonaro, relação que o levou a entrar na mira da PF.