Brasil cai para 6º lugar em ranking de combate à corrupção na América Latina
A Venezuela ficou com a pior nota das 15 nações analisadas
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
O Brasil foi ultrapassado pela Argentina e caiu para 6º lugar no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC). Cinco dos 15 países analisados pelo ranking que mede a capacidade dos países latino-americanos de detectar, punir e prevenir a corrupção, registraram quedas significativas nas pontuações. Entre as maiores baixas estão os dois maiores países e as duas maiores economias da América Latina: Brasil e México.
O Brasil foi o país com a maior queda na pontuação, e a nota regrediu de 5,52 para 5,07. Em 2019, o Brasil era o 2º do ranking.
Já o Uruguai, foi o país com a pontuação mais alta no Índice CCC pelo 2º ano seguido. A Venezuela ficou com a pior nota das 15 nações analisadas.
O levantamento foi feito pela Americas Society/Council of the Americas e pela Control Risks, que avaliam e classificam os países com base na eficácia com que podem combater a corrupção.
Segundo o estudo, "a luta contra a corrupção na América Latina sofreu uma nova onda de retrocessos no ano passado". "Em vários países, a pandemia da Covid-19 levou governos e cidadãos a focar em outras prioridades urgentes, o que deu espaço para que políticos diminuíssem a autonomia e os recursos de órgãos judiciais sem desencadear indignação da opinião pública ou manifestações de rua como as testemunhadas em anos anteriores".
Ainda segundo o estudo, na categoria "capacidade legal" o Brasil "teve declínios na independência de suas agências anticorrupção e do Ministério Público". "O índice reflete a nomeação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro de pessoas percebidas como menos independentes para o comando da Polícia Federal e do Ministério Público Federal".
O documento aponta ainda, que "as investigações sobre corrupção transnacional também perderam ímpeto, e a operação Lava Jato foi desmantelada em fevereiro de 2021". "A única melhora na capacidade legal do Brasil foi um ligeiro aumento da independência judicial, graças a iniciativas recentes para reforçar a separação entre poderes".