Brasileiro lidera projeto de produção de aço com 'emissão zero' de CO2
Startup foi elogiada pelo secretário dos Estados Unidos

Foto: Divulgação
Um brasileiro radicado nos Estados Unidos lidera um projeto que pretende substituir o uso de fornos para a produção de aço por eletrecidade. Formado pela Universidade de São Paulo e ex-CEO da Companhia Brasileira de Metalurgica e Mineração (CBMM), Tadeu Carneiro, de 61 anos, decidiu adiar a aposentadoria e se dedicou a promoção da fabricação do "aço verde", que reduz o potencial poluidor por 8% da emissão global de gás carbônico na atmosfera. As informações são da CNN Brasil
O processo é conhecido como MOE – Molten Oxide Electrolysis, ou eletrólise de óxido fundido –, que consiste no uso da eletricidade para a transformação de metais. O conceito já existe há tempos e é a base da fabricação do alumínio. E, a partir dessa técnica, desenvolve-se a tecnologia para a produção de outros metais, como o aço, um dos principais insumos da indústria em todo o mundo.
De acordo com o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, o país precisa ajudar a empresa a criar empregos de qualidade e com bons salários. “O CEO da empresa, um imigrante brasileiro, viu um mercado inexplorado, no qual a Boston Metal está fazendo parcerias com a indústria para substituir formas antigas e sujas de fazer aço. Esta empresa está criando empregos de qualidade e com bons salários nos EUA. O aço é uma indústria global de US$ 2,5 trilhões e muitos dos produtores mundiais precisarão dar um salto semelhante. Os EUA precisam ajudá-los a fazer isso”, disse.
Carneiro afirma que o elogio do secretário foi o reconhecimento dos esforços de sua equipe na redução de CO2. “Em 2017, éramos apenas oito pessoas com o objetivo de tornar viável o projeto de produzir aço de um modo menos prejudicial em termos ambientais”, explica o CEO da empresa. “Graças ao anseio da economia global de desenvolver processos de produção mais sustentáveis, atraímos a atenção de investidores e temos hoje a parceria de dez grandes sócios, entre os quais o Breakthrough Energy Ventures, de Bill Gates, o Oil and Gas Climate Initiative (OGCI), o Fidelity, gestor de fundos de investimentos, a Vale-BHP, a BMW, e a Piva, fundo criado pela companhia saudita Petronas”, pontua.