Brasileiros passam a comprar marcas mais baratas no supermercado para manter consumo

O ano de 2021 foi marcado pela revisão dos hábitos de consumo dos brasileiros. A inflação alta e o poder de compra cada vez menor levaram os consumidores a comprar marcas mais baratas. Essa constatação é da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). 

A Associação viu a tendência, de optar por marcas mais em conta, se repetir em vários segmentos de consumo nas lojas do país e prevê que esse fluxo deve se intensificar em 2022.

Um exemplo é a divisão do faturamento das fabricantes de açúcar que viu uma alta de 14,2% para 16,2% na faixa de gastos com as opções mais baratas da prateleira. O mesmo se deu com o café: em 2020, cerca de 22,2% do público não abria mão das marcas especiais e gourmet, o percentual foi para 20,4% um ano depois. Já as marcas mais populares saltaram de 9,3% em 2020 para 10,2% no faturamento total.

Um dos principais culpados pela necessidade de optar pelo produto mais barato é o baixo poder de compra da população, conforme o vice-presidente da Abras, Márcio Milan, e principalmente a inflação. Voltando ao exemplo do café, o produto foi o que teve o maior aumento de preços no acumulado de 2021, com 66,6%. O açúcar, 40%, e o frango congelado, 28%.

De acordo com a Abras, a partir de junho de 2021, a renda dos brasileiros caiu consideravelmente com a redução das parcelas do Auxílio Emergencial e a criação de vagas de emprego com baixa remuneração.