Carballal diz que Bruno Reis não tem ‘coragem’ de andar com Bolsonaro, mas admira bolsonarismo

A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no desfile cívico do Dois de Julho, em Salvador, reforçou a polarização na disputa das eleições municipais deste ano. Essa é a análise feita pelo vereador licenciado e coordenador executivo da pré-campanha de Geraldo Jr. (MDB) à Prefeitura de Salvador, Henrique Carballal, durante entrevista ao Farol da Bahia nesta quarta-feira (3).

Segundo ele, para quem ainda tinha dúvidas, agora está claro que o pleito será decidido entre duas ideologias políticas: Geraldo Júnior, associado ao time de Lula, e o prefeito e candidato à reeleição Bruno Reis, alinhado ao grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Recentemente, o prefeito Bruno Reis afirmou que sente muito orgulho de ter o apoio do PL. Ou seja, no fundo ele tem vergonha de andar com Bolsonaro, sabe do mal que Bolsonaro fez, mas admira. Ele [Bruno] tem identidade com a política bolsonarista", afirmou Carballal.

"Está claro para o povo que a presença de Lula ao lado de Geraldo Júnior e do governador Jerônimo Rodrigues diz: 'Nosso grupo tem um candidato que pode unir o governo federal, o governo do estado e a prefeitura para construir projetos que melhorem a vida das pessoas'. Por outro lado, há um prefeito que nitidamente se esforçará para ajudar o negacionismo a retornar ao poder", completou.

Ao ser questionado sobre as recusas do prefeito em associar a imagem dele à do ex-presidente e, consequentemente, evitar a nacionalização das eleições municipais, Carballal disse que o que falta a Bruno Reis é coragem para assumir que está alinhado com Bolsonaro e tentar trazê-lo a Salvador para participar da campanha.

“O que falta a Bruno Reis é coragem. Ele demonstra o tempo todo que não é corajoso, até porque é comandado por ACM Neto. Na eleição anterior, ACM Neto escondeu Bolsonaro. Tentou esconder, mas o povo não é bobo e percebeu. Agora, Bruno segue a mesma orientação. Acho que, se fosse apenas por Bruno, ele colocaria Bolsonaro a tiracolo. Ele não coloca por conta de ACM Neto, que quer aparecer mais que o próprio prefeito”, disse. 

“A presença de Lula é um divisor de águas, mostrando dois caminhos: um é o de Lula e o outro é o de Bolsonaro. Quem está com Lula votará em Geraldo Júnior. Para quem tinha alguma dúvida, ela se encerra aqui. O povo se beneficia quando as coisas ficam mais claras. Eles evitam o debate nacional, mas não há como dissociar a construção de uma eleição na quarta maior capital do país do debate nacional”, concluiu. 

Eleições

As eleições municipais de 2024 ocorrerão em todo o país, com exceção do Distrito Federal. O primeiro turno do pleito está marcado para 6 de outubro. Já o 2º turno será no dia 27 de outubro, caso necessário, em municípios com mais de 200 mil eleitoras e eleitores.

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