Chefes humanitários pedem ação imediata para evitar piora da crise em Gaza
Apelo conjunto da ONU e ONGs globais destaca riscos humanitários
Foto: WHO/Christopher Black
Na sequência de ataques e ofensivas que assolam Gaza desde 7 de outubro, chefes de entidades humanitárias da ONU e ONGs globais emitiram um apelo coletivo, solicitando a intervenção imediata dos líderes mundiais para evitar uma deterioração ainda maior da crise na região. Mais de três quartos da população de Gaza foram deslocados, enfrentando escassez crítica de alimentos, água e saneamento. O Comitê Permanente Interagências alertou para o colapso do sistema de saúde, transformando hospitais em campos de batalha e deixando 1 milhão de crianças enfrentando traumas diários.
A cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, foi destacada como um ponto crítico, tornando-se, segundo os humanitários, um campo de batalha em meio ao conflito brutal. Para evitar um "golpe fatal" na já debilitada resposta humanitária, os líderes apresentaram um plano de 10 itens, enfatizando a necessidade urgente de um cessar-fogo, proteção civil, garantias de segurança e acesso desimpedido para a ajuda humanitária. Além disso, pediram apoio financeiro à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa) e instaram para interrupção das campanhas que buscam desacreditar as organizações humanitárias.
Enquanto mais de 300 ataques impactam instalações da Unrwa, os líderes humanitários também dirigiram um apelo direto a Israel para cumprir suas obrigações legais, fornecendo alimentos e suprimentos médicos e facilitando as operações de ajuda. O Conselho de Segurança da ONU se reuniu novamente na quinta-feira (22), para debater a questão, com o coordenador especial para o processo de paz no Oriente Médio alertando para a falta de fim à vista da guerra em Gaza após 140 dias.