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Com pandemia, número de nascimentos no país em 2020 é o menor em 26 anos

Covid-19 já traz mais impactos do que o surto de zika no Brasil, aponta Ministério da Saúde

Por Da Redação
Ás

Com pandemia, número de nascimentos no país em 2020 é o menor em 26 anos

Foto: Getty Images

Dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde, apontam que, devido à pandemia da Covid-19, o número de nascimentos no Brasil em 2020 foi o menor desde 1994. No total, foram 2.687.651 recém-nascidos no ano passado, ante 2.849.146 em 2019, o que representa queda de 5,66%.

O impacto da  Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no número de recém-nascidos foi maior que o do surto de zika e microcefalia que afetou o País entre 2015 e 2016. Na época, em que muitos casais decidiram adiar a gravidez por medo das sequelas deixadas pelo zika em algumas crianças, a queda de nascimentos foi de 5,3%, segundo levantamento.

Os dados de 2020 demonstram que as maiores quedas percentuais ocorreram em novembro e dezembro, justamente nove e dez meses depois de o novo coronavírus ser confirmado no Brasil. Nesses meses, a queda foi de 9%, quase o dobro da média do ano.

De acordo com os especialistas, a queda de nascimentos é algo que costuma acontecer em períodos críticos, mas não significa que se manterá constante com o passar dos anos. Para Raquel Zanatta Coutinho, professora adjunta no Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entretanto, ainda não é possível saber se as pessoas vão desistir do plano de ter filhos ou se isso terá um efeito inverso.

"Pode ser que uma pandemia desse porte mude para sempre o desejo por crianças. Diante das inseguranças do mundo, pode ser que quem já estivesse tentado a não ter filhos decida de uma vez que a maternidade não é um bom caminho", disse Raquel.

A pandemia teve diferentes efeitos sobre o número de nascimentos ao redor do mundo. Uma análise feita pela The Economist em outubro, por exemplo, observou uma tendência de queda nos nascimentos nos países de renda mais elevada, como Cingapura, enquanto o número estava em alta em regiões de renda mais reduzida, como Uganda.

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