Congresso sem reeleição
Confira o editorial desta segunda (8)

Foto: Michel de Jesus/Câmara dos Deputados
O entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é, antes de mais nada, uma defesa à Constituição. Barra-se a possibilidade de disputa a reeleição na mesma legislatura dos atuais presidentes do Congresso, Rodrigo Maia (DEM) na Câmara e Davi Alcolumbre (DEM) no Senado e, assim, o tabuleiro do jogo político tente a mudar por completo.
O voto contrário desferido pelo ministro Luiz Fux escancara quase que o óbvio. “A regra impede a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente a do primeiro ano da legislatura”. Ou seja, qualquer parecer contrário ao veto é negar vigência ao texto constitucional.
A disputa política na cúpula do Congresso é a jogada mais importante para 2021. As respectivas presidências das casas definirão os grupos, ou o grupo, que comendará a agenda legislativa do Brasil e as diretrizes das estratégias para aprovação de reformas prioritárias do governo.
Maia e Alcolumbre, além disso, hoje representam travas ao governo. Ambos os presidentes do Congressos assumiram protagonismo além do que lhes pertencem e por isso, não raramente, travam embates com o mandatário do país em busca de holofotes.
E no fim, trata-se de uma questão moral aos pleiteantes à reeleição: quão ético e quão absurdo seria promover mudanças na Constituição por um evidente jogo de interesses, deles próprios e partidários?