Conheça a história do brasileiro que pegou a maior onda do mundo
Rodrigo Koxa entrou pro Livro dos Recordes com o feito histórico
Foto: Aline Cacozzi
O dia 8 de novembro de 2017 vai ficar marcado na carreira de Rodrigo Koxa. Afinal, não é todo dia que um surfista entra para o livro dos recordes com a maior onda já surfada do mundo. Com 24,38 metros (aproximadamente 80 pés), o brasileiro superou o havaiano Garrett McNamara, que em 2011 surfou a onda de 23,7 metros, e conquistou o “Big Wawe Awards”, considerado o “Oscar das Ondas Grandes”. Os dois feitos, que entram para história da modalidade foram realizados em Nazaré, cidade de Portugal.
Agora se engana quem acha que medo faz parte do vocabulário desse paulista de Jundiaí. Desde bem novo, o desejo de surfar ondas grandes surgiu com inspiração nos chamados "big riders", as pessoas que surfam “big waves”, ou seja, ondas com 20 pés (6 metros) ou mais.
"Desde pequeno, com 14 anos, eu vi uma matéria sobre surfistas de ondas grandes e fique fascinado, falava sobre homens corajosos que dedicavam sua vida à esse extremo. Comecei a competir com 11 anos de idade, com 12 ganhei meu primeiro campeonato. Com 14, mudei minha visão do surfe para onda grande e isso fez com que eu investisse nisso. Então, esses homens corajosos que eu tinha como referência quando era moleque, eles se tornaram meus super-heróis, eram os caras que eu mais admirava", afirma.
E pensar que esse sonho quase acabou em tragédia em 2014, quando ele passou por um grande susto ao ser atingido por uma série de ondas. “Eu peguei uma onda bem grande e não fui resgatado pela minha equipe e eu fiquei em frente as pedras, depois meu parceiro veio no jetski e acabou que foi Deus que me tirou do mar. Tomei muitas ondas perto das pedras, me senti muito vulnerável, senti que eu estava nas mãos de Deus. Fui abençoado de chegar na praia e aquilo mexeu comigo”, contou.
O susto foi superado com ajuda de tratamento psicológico, e a formação em life coach, auxiliou a trabalhar o grande sonho da vida que era enfrentar enormes ondas. O parceiro português, Sérgio Cosme, também foi um grande aliado, treinando muito, investindo junto com Rodrigo, nas melhores pranchas e os equipamentos de boa qualidade.
Atualmente Rodrigo se vê feliz com a escolha do esporte, mesmo questionando como iria ser sobreviver da modalidade como profissão. “Hoje eu sou uma pessoa extremamente realizada com essa escolha que eu fiz. Jogava futebol quando era novo, meu pai me incentivou, e de repente o surfe fez essa minha escolha. Sempre achei o esporte mais fascinante, mas por muito tempo eu cheguei a questionar como eu iria trabalhar com isso, levar como uma profissão, e pensando dessa forma como trabalho sério, como trabalho que tem que se dedicar ao extremo, eu queria pegar a maior onda do mundo, todo big rider tem esse sonho”, destaca.