Construtoras investigadas pela operação Lava Jato pedem crédito ao Brasil para obras em Angola

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita oficial a Angola, anunciou a intenção de retomar os financiamentos brasileiros no país africano. Esses financiamentos foram interrompidos há oito anos devido aos casos de corrupção revelados pela operação Lava Jato, que envolveram algumas das principais construtoras brasileiras.

Dezoito empresas brasileiras, incluindo CEOs de gigantes da construção civil, aproveitaram a presença do presidente em Luanda para solicitar a reabertura desses financiamentos, com um valor potencial de até US$ 100 milhões. O pedido ocorre em meio a esforços de reconstrução das relações econômicas entre os dois países.

A Lava Jato, que desvendou o pagamento de propinas em diversos países, incluindo o Brasil e Angola, resultou em acusações contra o presidente Lula. No entanto, o governo brasileiro agora busca uma retomada nas relações comerciais com Angola.

Para evitar futuros escândalos de suborno, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, orientou os empresários a explicarem seus interesses e planos de transparência. A retomada dos financiamentos enfrenta desafios políticos e exige garantias sólidas, uma vez que Angola é considerado um bom pagador, tornando-se um foco para a retomada dos financiamentos.

O presidente angolano, João Lourenço, também fez um apelo público durante a visita, sugerindo a criação de uma nova linha de crédito para empresas que desejam realizar grandes projetos de infraestrutura em Angola. Ele destacou a importância desses financiamentos para o desenvolvimento do país, ressaltando que Angola honrou todos os subsídios dos financiamentos anteriores.