Depoimento de Moro, em processo, pode levar à cassação de seu mandato

O depoimento do senador Sérgio Moro (União-PR) está marcado para esta quinta-feira (7), às 13h, no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O ex-juiz da Lava-Jato deve prestar esclarecimentos presencialmente na Corte no processo que pode levar à sua cassação. Segundo fontes próximas ao político, sua ida está sob avaliação. 

Moro responde na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico e político devido às eleições do ano passado. A ação é movida pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).

Nos autos do processo, os partidos alegam que o ex-juiz tentou driblar a legislação eleitoral em dois movimentos: na desistência em concorrer ao Palácio do Planalto que teria o levado a exceder o valor limite de campanha e na migração partidária do Podemos para o União Brasil. 

Sobre ter desistido de concorrer à Presidência, afirmam que isso teria facilitado sua vitória nas urnas. Há o cálculo de que Sérgio Moro teria gasto R$6,7 milhões entre a pré-campanha à Presidência e a campanha ao Senado. O limite permitido por lei é de R$4, 4 milhões.  

A defesa do ex-juiz indicou oito testemunhas para defendê-lo no processo. Até o momento, apenas uma de fato compareceu à audiência: o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.

Companheiro de trabalho na Lava-Jato, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo) havia sido inicialmente arrolado no processo, mas não esteve em sua oitiva, que estava marcada para a última quinta-feira (30). Articuladores dos dois políticos alegam que a defesa de Moro solicitou a ausência de Dallagnol, que iria depor sobre o contexto político de trabalho no Podemos.

A mudança de estratégia dos advogados ocorre com o intuito de calçar os depoimentos em torno de uma narrativa de que o PL entrou com a ação para cassar o mandato de Moro porque o seu candidato, Paulo Martins, terminou derrotado.