Depois de solicitação da AGU, TikTok tira do ar vídeo falso simulando fala de Haddad sobre 'taxar os pobres'
Neste mês, ministro disse que o governo desejava processar quem postasse fake news e golpes sobre o PIX nas plataformas digitais
Foto: Erika Azevedo/Farol da Bahia
A Advocacia-Geral da União (AGU) advertiu extrajudicialmente o TikTok para que a rede social removesse uma publicação que continha um vídeo falso que encenava uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), alegando a “taxação de pobres”.
Na manhã desta terça-feira (21), a postagem já tinha sido retirada. O pedido foi mandando na noite de segunda (20), sob a alegação de que a publicação tem caráter "enganoso e fraudulento".
No documento, a AGU "enfatizou que a postagem feita por usuário da plataforma trata-se de desinformação, pois veicula um vídeo manipulado com auxílio de Inteligência Artificial (IA), que mostra fato não condizente com a realidade", declarou o órgão, em nota.
Além disso, a postagem "busca confundir o público sobre a posição do ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público, sem sua efetiva manifestação", continua o texto.
A notificação da AGU, contudo, não especifica o conteúdo do vídeo. Várias postagens não verdadeiras do ministro têm rodado as redes desde que a Receita Federal comunicou que aumentaria, 2025, a supervisão sobre movimentações financeiras dos contribuintes.
Entre à onda de fake news e execução de golpes digitais sobre o tema, a determinação foi revogada.
Responsabilização judicial
Na semana passada, Haddad declarou que o governo tinha a intenção de acionar a Justiça contra quem está espalhando fake news sobre a taxação do PIX ou aplicando golpes.
"A AGU [Advocacia-Geral da União] foi envolvida para tomar providências judiciais contra os golpistas. Quem está divulgando fake news está patrocinando organizações criminosas no país, que estão atuando, mandando boleto para a casa das pessoas, cobrando a mais indevidamente, dizendo que estão sendo taxados", disse Haddad, na última quarta-feira (15).
"Isso está na ótica da AGU, o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] pediu providências judiciais — as cabíveis, claro, na forma da lei, e nós vamos tomar providências em relação a isso", concluiu o ministro.