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Deputado Arthur Lira é acusado de agressão e estupro por ex-companheira

Jullyene Lins volta a falar de agressões registradas em 2006

Por Da Redação
Ás

Deputado Arthur Lira é acusado de agressão e estupro por ex-companheira

Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é acusado pela ex-companheira, Jullyene Lins, de violência doméstica e estupro. Jullyene relatou que no dia 5 de novembro de 2006, seis meses após a separação, sofreu agressões físicas e sexuais por parte do parlamentar após ele descobrir que ela estava se encontrando com outro homem. As informações são do UOL.

"Ele dizia: 'Sua puta, sua rapariga, você quer me desmoralizar?', enquanto puxava meu cabelo e me batia. Quando me deu uma rasteira, eu caí, e ele começou a me chutar", disse Jullyene. O mesmo depoimento dado à polícia de Alagoas há 17 anos e que consta no boletim de ocorrência. Um laudo médico que atestou hematomas nas pernas e nos braços, na época. 

O relacionamento entre ambos durou uma década, de 1996 a 2006. Jullyene, de 48 anos, afirmou ainda que foi ameaçada e coagida a retirar a queixa para não perder a guarda dos filhos. O caso foi julgado em 2015, quando Arthur Lira já exercia seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, com a absolvição de Lira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por 5 votos a 3, após mudanças nos depoimentos de Jullyene e suas testemunhas.

"Ele foi à minha casa, me ameaçou. Não sei nem como conseguiu entrar no condomínio. Bateu na mesa e eu até assustei. Perguntei o que estava fazendo ali, e ele falou que eu ia mudar meu depoimento, falar que me enganei, que estava medicada, alguma coisa, ou iria tirar meus filhos de mim", disse Jullyene ao site.

O desembargador Orlando Monteiro Cavalcanti Manso destacou a personalidade violenta do réu durante o processo e a falta de comparecimento de Arthur Lira para prestar depoimento. O magistrado disse, ainda, que no curso do processo, que "tornou-se clarividente a personalidade violenta do réu, não só com sua ex-esposa".

O caso voltou à tona em 2021, quando Arthur Lira concorria à presidência da Câmara, Lins revelou publicamente as agressões ao jornal "Folha de S.Paulo" e, posteriormente, detalhou o estupro em uma entrevista à Agência Pública, em junho deste ano. 

Segundo a Jullyene Lins, ela demorou anos para compreender a gravidade do abuso sexual sofrido, disse que decidiu falar sobre o assunto para encorajar outras mulheres a denunciarem casos de violência doméstica. "Tive o entendimento há uns três ou quatro anos, vendo reportagens e divulgações na internet sobre o assunto. Me senti enojada, suja, horrível", diz. E não descarta abrir outro processo, mas aguardará orientação de seus advogados. "Tenho que falar com meus advogados. Eles estão vendo como podemos proceder, porque ele já foi inocentado. Então não sei se ainda dá ou se vai valer a pena".

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