Dino afirma que megaoperação da PF desestrutura o tráfico de armas de duas facções brasileiras
A PF alega que 43 mil armas foram contrabandeadas para organizações como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira (5) que a megaoperação Dakovo - comandada pela Polícia Federal (PF) com o objetivo de sufocar o tráfico internacional de armas - desestrutura a logística de tráfico de armas de duas grandes facções brasileiras.
“Essa ação com o Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras que eram as destinatárias principais desses armamentos ilegais tenham o fechamento dessa via logística para realização das suas operações”, afirmou o ministro.
“Eu quero assinalar a importância estratégica disso no combate ao crime organizado no Brasil. O presidente Lula definiu como prioridade, para o Ministério da Justiça, a ação contra a logística do crime organizado. Daí o foco em portos, aeroportos e fronteiras. E o outro eixo a descapitalização: tirar dinheiro do crime organizado”, completou.
Nesta terça-feira, a PF iniciou uma ação contra um grupo suspeito de negociar a compra e venda de 43 mil armas para os chefes das maiores organizações criminosas do país em três anos. Os agentes executaram 17 mandados de busca e apreensão no Brasil e 21 no Paraguai, resultando na prisão de cinco pessoas no Brasil e 14 no país vizinho.
Entre os detidos estava o general Arturo Javier González Ocampo, ex-comandante da Força Aérea do Paraguai.
A principal figura visada pela operação, segundo fontes da PF, era Diego Hernan Dirísio, um argentino foragido internacional. O Grupo de Investigações Sensíveis da Bahia, em coordenação com a PF de Brasília, revelou que Dirísio adquiria armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia para vendê-las a criminosos brasileiros.
A PF alega que 43 mil armas foram contrabandeadas para organizações como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), movimentando um total de R$ 1,2 bilhão, de acordo com as investigações.
Diego Hernan Dirísio, considerado o maior contrabandista de armas na América do Sul, conduzia suas operações através de uma empresa registrada em seu nome na capital paraguaia. A Justiça da Bahia emitiu uma ordem para inclusão do seu nome na Difusão Vermelha da Interpol, visando sua prisão em qualquer país.