Doença da raiva afeta principalmente cães é grave e não foi erradicada, diz especialista
Data foi escolhida para homenagear criador da primeira vacina contra o vírus
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Dia Mundial de Luta contra a Raiva é celebrado nesta quinta-feira (28), e a data foi escolhida para homenagear Louis Pasteur, que produziu a primeira vacina contra a doença, e tem como objetivo conscientizar a população sobre as consequências da enfermidade em humanos e animais. As informações são do RPET, do R7.
Conceição Henrique, veterinária técnica do Instituto Ampara Animal, explica que a raiva é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais para os humanos. "Como o vírus fica na saliva, o bicho pode contaminar por meio de mordeduras ou arranhaduras." A especialista conta que os cães podem adquiri-lo em uma briga, por exemplo. "Infelizmente, é uma doença que está próxima de nós."
Existe tratamento?
Ariana Dandie, médica-veterinária, explica que não existe tratamento para a enfermidade, que provoca sintomas graves, como paralisia e convulsões.
"É aconselhável que o animal seja observado por um período de dez dias. Caso morra nesse espaço de tempo, o ideal é encaminhá-lo para exames que comprovem o vírus."
A raiva não tem cura e, dependendo do caso, o veterinário pode até recomendar a eutanásia.
Ela afirma que, se um humano for diagnosticado, ele deve seguir um protocolo elaborado pelo Instituto Pasteur e pelo Centro de Controle de Zoonoses que consiste, em um primeiro momento, na lavagem com água e sabão e na administração de soro.
Vacinação
"Como essa doença não tem cura e a medida é preventiva, a prefeitura aproveitou essas datas [como o mês do cachorro louco] para promover a vacinação", fala o médico-veterinário André Lee Citti.
"Achávamos que as vacinações resultariam na eliminação da doença, mas vimos que não. Existe um risco grande, porque nem todos sabem onde vacinar seus animais", comenta Conceição Henrique. Ela afirma que o vírus segue endêmico, ou seja, vai continuar à solta por bastante tempo.
Ariana explica que a raiva pode acometer todos os mamíferos. "Os mais suscetíveis são cães, domésticos ou não, morcegos e saguis. Principalmente os morcegos hematófagos [aqueles que se alimentam do sangue de vertebrados]."