Eleições municipais não terão biometria para evitar contaminação pela Covid-19
Informação foi passada pelo presidente do TSE, Luís Roberto Barroso
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Os eleitores não utilizarão a identificação por biometria nas eleições municipais deste ano para evitar contaminação por contato e ainda conter aglomerações. A informação foi passada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, nesta terça-feira (8) quando apresentou o “Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020”, elaborado pela consultoria sanitária formada por especialistas da Fiocruz e dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein.
De acordo com Barroso, os estudos mostram que a biometria prolonga o tempo de votação em até 70% e também se ponderou que cada local de votação reúne, em média, 400 pessoas, que colocariam o dedo no mesmo local, aumentando o risco de contaminação pela Covid-19.
O voto será feito com a exibição do documento há um metro de distância pelo eleitor ao mesário. Depois da identificação, o eleitor deve higienizar as mãos, assinar o caderno de votação e seguir para a urna eletrônica. Depois disso, está liberado. As urnas não serão higienizadas a cada voto, por isso a necessidade de passar álcool em gel nas mãos.
"A orientação é que os eleitores compareçam de máscara, já que não será permitido o acesso ao local de votação sem o equipamento de segurança", ressaltou Barroso. Para os cerca de dois milhões de mesários serão disponibilizadas máscaras, face shields (viseiras plásticas) e um frasco álcool em gel individual.
Caso o mesário tenha dúvida quanto à identidade do eleitor, poderá pedir que ele retire momentaneamente o equipamento de segurança e ainda poderá fazer perguntas que confirmem os dados.
Barroso também pediu que as pessoas levem as próprias canetas, mas colocou que terão disponíveis para uso coletivo e que serão higienizadas para utilização dos eleitores. As pessoas não passarão por medição de temperatura para acesso aos locais, mas a orientação é que não compareçam caso apresentem qualquer sintoma do novo coronavírus antes do pleito.
O ministro ainda destacou a ampliação em uma hora para votação, começando às 7h, com atendimento preferencial das 7h às 10h para o público considerado de risco para o vírus, no caso, acima de 60 anos de idade. O objetivo, segundo ele, é diminuir a aglomeração, que acontece sobretudo no horário de início dos trabalhos.
Houve mudanças também quanto ao modo como será feita a justificativa. No dia da votação, quem estiver fora do domicílio eleitoral, deverá utilizar o "e-título", aplicativo que contará com campanha feita pelo TSE. Quem não tiver acesso a um telefone celular, poderá ir a um local de votação.
Barroso destacou que o Brasil é quarta maior democracia do mundo, com 148 milhões de eleitores, que são distribuídos em mais de 95 mil locais de votação.
O Plano de Segurança segue quatro premissas:
1. Apesar da expectativa de queda expressiva de casos até novembro, medidas preventivas seguem necessárias;
2. Transmissão se dá por contato de pessoa NÃO infectada com secreções de outra não infectada;
3. Formas de prevenção: distanciamento físico, proteção sobre boca e nariz, higienização das mãos e superfícies e isolamento de infectados;
4. Será considerado grupo de maior risco quem tem mais de 60 anos de idade.