Em 12 anos, número de prefeituras da esquerda cai e impõe desafios aos partidos
Na esteira do recado das urnas, até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu na sexta-feira (11) que é preciso "rediscutir" o papel eleitoral do PT.
Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
O PT teve sua vitória na Presidência da República em 2022, porém o número de prefeituras conquistadas agora pelo partido está longe de alcançar o que foi antes. As demais siglas do partido de esquerda também viram a capilaridade nos municípios reduzir ao longos do anos.
De 2012 em diante, o aumento de cidades comandadas no país pelas principais legendas do campo teve uma redução, resultado que suscita o debate sobre valores eleitorado e os dilemas da esquerda.
Na esteira do recado das urnas, até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu na sexta-feira (11) que é preciso "rediscutir" o papel eleitoral do PT.
O governo de Dilma Rousseff de 12 anos atrás, desfrutava de alta popularidade, e as emendas parlamentares ainda não tinha reconfigurado a dinâmica política entre congressistas e prefeituras. As ruas não davam sinais de eclosão que aconteceria em junto de 2013 e transformaria o debate nacional. O PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL, com as urnas fechadas fizeram juntos 1.468 prefeitos, a maior parte pelos petistas, na semana de eleições 2024, foram 724. A quantidade é menor do que o que PSD, campeão de prefeituras, conquistou sozinho: 878.
Ocorreu um erro de interpretação, como se a vitória do Lula fosse uma revanche do PT, e não foi isso. Segundo o jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicação, e autor do livro "Biografia do Abismo", muitos eleitores do Lula são conservadores.
O Lula é muito maior que a esquerda. Na eleição de São Paulo, isso fica claro com o percentual de transferência de votos dele para o Guilherme Boulos. Parte dos eleitores do Lula não se vê no Boulos.