'O ideal é Arthur Lira assumir um ministério', defende João Paulo Cunha como estratégia para o governo Lula
Ex-presidente da Câmara, petista diz que Lula precisa consolidar aliança com partidos de centro-direita para disputar reeleição
Foto: Reprodução/Estadão | Câmara dos Deputados
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha acredita que a melhor estratégia do governo Lula para enfrentar o avanço da centro-direita é incluir na equipe o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
“O ideal é Lira assumir um ministério em 2025 porque temos de trazer o Centrão para mais perto. Ter os dois compondo o governo é exatamente a projeção daquilo que Lula diz: ‘a união para fazer a Nação prosperar’’, disse João Paulo em entrevista ao Estadão, divulgado neste sábado (12).
Integrante da chamada “velha guarda” do PT, João Paulo é um dos conselheiros do presidente Lula. Ele foi preso pelo escândalo do mensalão e terminou de estudar Direito quando ainda estava na prisão.
Para João, “o governo precisa tomar um chacoalhão” e o PT necessita se reformular logo após as eleições municipais. “O PT envelheceu muito rapidamente”, analisou.
Segundo o ex-deputado, é necessário buscar uma “saída honrosa” para os candidatos derrotados à presidência da Câmara na eleição de fevereiro de 2025. Estão na corrida Elmar Nascimento (União-BA), Antônio Brito (PSD-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB).
Na análise do petista, a direita conseguiu captar com mais facilidade uma nova forma de se comunicar com a população, o que corresponde à expectativa das pessoas. “O PT e o governo ainda não conseguiram enfrentar isso. A comunicação do governo é um problema”.
Ainda sobre as alianças com o centrão, João acredita que a representação de Lira seria decisiva em uma possível disputa de Lula pela reeleição, em 2026.
“Precisamos consolidar essa banda do Centrão que dialoga com a gente para a disputa de 2026. Arthur seria a expressão do centro para uma aliança mais estratégica com Lula, em 2026. Eu acho que o presidente aponta o foguete para cima na segunda metade do mandato”, projetou.