Em discurso na ONU, Silvio Almeida critica 'punição coletiva' de Israel e defende criação de Estado palestino
Ministro espera que a Corte Internacional reafirme que a ocupação israelense dos territórios palestinos é ilegal
Foto: Ruy Conde/Ascom MDHC
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, fez criticas a "flagrante desproporcionalidade" do uso da força por Israel na Faixa de Gaza e defendeu a criação de um Estado palestino como “condição imprescindível” para a paz. A declaração foi proferida na 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Almeida disse ainda que espera que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) reafirme que a ocupação israelense dos territórios palestinos "é ilegal e viola normas institucionais”.
“Não posso deixar de registrar nossa profunda indignação com o que acontece, neste momento, em Gaza. Já, em mais de uma oportunidade, condenamos os ataques perpetrados pelo Hamas e demandamos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”, afirmou.
“Mas também reitero reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, uma espécie de ‘punição coletiva’, que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos — a maioria deles, mulheres e crianças —, forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza, e deixou milhares de civis sem acesso a energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica.”
Almeida completou: “A criação de um Estado Palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é condição imprescindível para a paz. Consideramos ser dever deste Conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de apartheid”.