Empresa atribuída a ministro de Lula não tem sede e nem funcionários no Maranhão
Essa é a segunda polêmica envolvendo o chefe das Comunicações, Juscelino Filho, essa semana
Foto: Isac Nóbrega/MCom
O ministro das Comunicações do governo federal, Juscelino Filho (União Brasil), que já é investigado pela Polícia Federal por ter usado duas de suas emendas parlamentares, no valor de R$ 10 milhões, para benefício próprio, se envolveu em uma nova polêmica. O político é suspeito de ser dono de uma empresa que não tem sede e nem funcionários e que acumula dívidas com bancos públicos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A empresa, identificada como Arco Construção, envolve ainda o fato de que as obras se encontram em Vitorino Freire, no Maranhão, onde Juscelino tem fazenda.
Procurado pelo jornal, a defesa do ministro enviou informações já apresentadas e disse que são "absurdas as ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar".
Os advogados também negam que a Arco tenha ligações com Juscelino.
"Trata-se de mais um ataque na tentativa de criminalizar as emendas parlamentares, um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional, enquanto não há absolutamente nada que desabone a atuação de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações", afirma a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
Na Justiça do Maranhão, a Arco é ré em processos promovidos por bancos públicos e privados. A maior dívida é com o Banco do Nordeste, no valor de R$ 1,25 milhão. A Caixa Econômica também foi ao Judiciário contra a Arco para cobrar ao todo R$ 250 mil, em duas ações.
Na última causa, protocolada em setembro, a União Federal pediu bloqueio de bens da empresa para assegurar o pagamento de uma dívida de R$ 72 mil que está sendo cobrada em uma execução fiscal.