Escolhas orçamentárias do governo federal impactam avanço do PIB nordestino, diz especialista
No Nordeste, indicador econômico cresceu menos que a média nacional entre 2021 e 2022

Foto: Agência Brasil
Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), divulgados na semana passada, mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) real do Nordeste cresceu menos que a média nacional entre 2021 e 2022. A região permanece a mais pobre do país, se considerado o PIB per capita.
Em 2021, o PIB real da região cresceu 3,5%, ante 5,0% do Brasil; em 2022, 3,4%, frente a 2,9%. No acumulado do biênio, o Nordeste registrou 7,0%, contra 8,0% da média nacional. Em entrevista à CNN, Leonardo Trevisan, professor da ESPM e especialista em Economia, aponta as escolhas orçamentárias do governo federal como principais responsáveis pela estagnação da economia da região em relação à média nacional.
“São Paulo tem um PIB 54% maior que todos os estados nordestinos. Por que isso está acontecendo? É só olharmos para os últimos 20 anos. Em 2021, por exemplo, 62% dos gastos tributários foram para a região Sudeste e Sul. Para os estados nordestinos e da região Norte, foi apenas 28%”, aponta o especialista, com base em estudo da FGV.
“Essas contas são reveladoras de escolhas orçamentárias. Não adianta a gente continuar a imaginar que quando damos todos os impulsos industriais e benefícios para o Sudeste e Sul estamos desenvolvendo o país. Não estamos. O Nordeste paga o preço dessas escolhas orçamentarias”, completa.