'Eu que pago a conta disso', diz Bolsonaro sobre 11º aumento da gasolina no país
Presidente afirmou que conversa com Guedes sobre as possibilidades de privatização da Petrobras
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Em entrevista ao programa Alerta Nacional, apresentado por Sikêra Júnior, na noite desta quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o 11º aumento no preço da gasolina, a possibilidade de privatização da Petrobras e a alta nas projeções da inflação brasileira.
Bolsonaro explicou que o valor final vendido pela Petrobras leva-se em conta o preço do petróleo em dólar e o valor do dólar no Brasil. Ele exemplificou elogiando o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que anunciou que vai congelar o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] no preço do diesel no Estado.
"Se ele disse que vai congelar, é sinal de que estava solto. No Brasil todo estava solto. O ICMS do governadores, é um percentual, que não incide em cima do preço do diesel ou gasolina nas refinarias, mas sim no preço médio da bomba. Ele incide em cima do imposto federal, incide em cima da margem de lucro do dono do posto, em cima do frete de quem transporta os combustíveis e em cima da própria ICMS", disse Bolsonaro.
Questionado se a privatização seria uma solução para combater os aumentos, o chefe do Executivo, pontuou que antes era contra a privatização, mas que já conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre formas de estudar a possibilidade.
"A privatização de uma estatal não é você colocar na prateleira que daqui uma semana vai estar vendido. É uma complicação enorme. E passa, segundo a decisão do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que dá o sinal verde, eu passo a proposta para a Câmara e o Congresso que diz se pode ser privatizado ou não. É mais um complicador", explicou.
O presidente também comentou sobre as críticas que tem recebido por causa do aumento da gasolina. "Eu que pago a conta disso. Eu só sirvo para levar pancada da Petrobras. Então, estou tendo que partir para acabar com o monopólio. Não deixar ir para outro monopólio, mas fazer com que a Petrobras tenha uma concorrência".
Alta na Inflação
Na entrevista, Bolsonaro ainda afirmou que por causa dos discursos do "fique em casa e a economia vem depois", o Brasil está pagando a conta, com comerciantes, empresas e indústrias que foram prejudicadas e estão com dificuldades para retomar as atividades.
"Eu fiz de tudo para que isso não fosse quebrado e eu apanhei muito porque eu falei: 'Temos que combater o vírus e combater o desemprego. Os dois matam', e o pessoal me acusava. Os informais que vendem churrasquinho de gato, água no sinal, a manicure, trabalhavam de manhã para comer de noite. A gente socorreu esse pessoal com o auxílio emergencial e o povo ainda bate em mim", disse.
Na oportunidade, o presidente citou sobre a proposta de aumentar o Bolsa Família, o novo Auxílio Brasil, de R$ 192 para R$ 400 e que ainda segue recebendo críticas dos brasileiros. "Se eu fico quieto, estou matando o povo. Se quero aumentar, depende do parlamento votar os precatórios. Não tenho como tirar o Bolsa Família do pessoal como alguns querem porque são 17 milhões de pessoas que não têm mais como ir para o mercado de trabalho porque não sabem fazer nada", concluiu.