Gorjeta é o motivo mais recorrente pelo qual deputados devolvem cota parlamentar
Esse tipo de pagamento está entre os gastos que não podem ser pagos com dinheiro público

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Deputados federais têm direito a uma cota mensal de dinheiro público para custear os trabalhos das equipes e comprar serviços, a exemplo de passagens aéreas. Não há necessidade de licitar, mas a prestação de compras é obrigatório, contudo, por não cumprirem essa norma, os parlamentares da atual Legislatura já devolveram R$ 138,9 mil da verba indenizatória para a Câmara. As informações foram analisadas pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.
Segundo dados da Câmara dos Deputados, o principal motivo é o pagamento de gorjeta, seja em serviços de transportes ou taxas em restaurantes. A todo ocorreram 276 ocasiões em que um deputado federal teve que devolver valores para a Casa. As gorjetas estão entre os gastos que não podem ser pagos com dinheiro público da cota parlamentar.
O deputado que mais devolveu dinheiro foi Ronaldo Carletto (PP-BA), com R$ 17,6 mil – referentes a descontos em folha. Em seguida vem Antônio Imbassahy (PSDB-BA), com R$ 16,5 mil, relacionados a documentos que deveriam ter sido enquadrados no exercício de 2018 e estavam listados em 2019.
Em entrevista ao Metrópoles, o chefe na Ouvidoria da Câmara, Eduardo Barbosa (PSDB-MG), ressalta que o seu papel é aumentar a transparência e dar respostas a todas as demandas. “Ainda que não seja procedente, respondemos todas”, garante.
Ele explica que denúncias que parecem coerentes são encaminhadas aos parlamentares para que eles se justifiquem ou resolvam a questão. “A gorjeta, por exemplo, às vezes, a pessoa paga sem perceber, está inclusa na nota, mas o nosso sistema percebe”, explica ele.